Por Ana Carolina Peplau Madeira, com colaboração do historiador Gustavo Siqueira, de Florianópolis, para Desacato.info.
Representantes de movimentos sociais se manifestaram ontem, no centro de Florianópolis. Alguns de cima do carro de som, outros com cartazes, faixas e pessoalmente. A jornalista Adriane veio com o pessoal da graduação artes cênicas, direto do Teatro Álvaro de Carvalho até a frente do Ticen para defender a democracia, em respeito ao que o povo elegeu e comenta que não responde às provocações de pessoas de outras opiniões.
“Eles têm o mesmo direito que eu tenho de expressão”, resume. A estudante Luisa, da UJC afirmou que estava lá para evitar o Golpe de Estado, mas não para defender o governo da presidenta Dilma Rousseff. Para ela, é importante que se faça o julgamento corretamente, dentro da lei.
O economista João Luis Bertoli, integrante do Núcleo Catarinense da Auditoria Cidadã da Dívida (ACD/SC) citou o enfraquecimento do governo esquerdista, em função das investigações de corrupção. Ele considera prioritária a realização de auditoria da dívida para sanar as contas públicas, assim evita mais privatizações, enfraquece o poderio do ajuste fiscal e não se corta direitos adquiridos.
Do alto do caminhão de som, foi avisado que vários ônibus estão sendo impedidos de entrar em Brasília. O vereador e professor Lino Peres informou que como choveu, os organizadores pensaram que não haveria grande movimento no ato de hoje, “mas está superando o anterior (dia 18/03) em número de pessoas. Foram contabilizados 7 mil na última”.
Peres alegou que aumentou a adesão de movimentos sociais como Povo sem Medo e Brigadas Populares e partidos como o PSOL. As manifestações são contra o golpe, pela democracia e lutam para que não se repita a história. Como representante da Comissão da Verdade, o vereador comentou que a Praça da Sé estava cheia de manifestantes, em São Paulo, justamente o mesmo lugar onde em 1964, as pessoas foram para as ruas na iminência de um Estado de Exceção.
Comentou que há cerca de 50 projetos no Congresso contra a CLT, direitos das mulheres, dos negros, LGBT, Quilombolas e Indígenas. “O Eduardo Cunha lidera mais de 300 deputados, junto com o Maluf. Como justamente eles podem julgar? Como julgar uma inocente? As pedaladas fiscais já foram feitas por 14 governadores estaduais e não foi motivo para impeachment. No caso da Dilma, ela pegou dinheiro do fundo para investimento sociais e logo devolveu. Consideramos golpe pela forma de estabelecer o impeachment. Culpabilizam um partido para justificar tudo”, declara o professor.