Por Ana Rosa Moreno, Puebla, México, para Desacato.info.
(Português/Español).
Me recordo de ir para a escola no 18 de março, era feriado oficial. Naquele dia não tínhamos aula, mas no dia seguinte era obrigatório ir a cerimônia onde comemorávamos a expropriação petrolífera. A gente declamava poemas alusivos ao nacionalismo mexicano e o petróleo, a fotografia de Lázaro Cárdenas, ex-presidente do México, estava presente nas honrarias a bandeira e recordava-se o dia em que este presidente em cargo logrou a independência econômica do país ao nacionalizar os recursos naturais e as empresas expulsando assim o capital privado estrangeiro.
Como todo processo de independência e nacionalização tem uma origem, a da expropriação petrolífera remonta a 78 anos atrás com uma luta sindical. Em 27 de dezembro, depois de várias tentativas e bloqueios por parte das empresas estrangeiras que exploravam o crudo, o Sindicato de Trabalhadores Petroleiros da República Mexicana conseguiu se constituir.
Foi o não cumprimento de contrato que provocou o sindicato de trabalhadores petroleiros, um ano após sua formação, a realizar uma greve que foi respaldada pelo governo federal ao decidir intervir, sendo o General Lázaro Cárdenas del Río presidente da república mexicana.
O ex-presidente pediu as companhias que pagassem suas dívidas com os trabalhadores mas as mesmas alegavam não possuir os fundos necessários. Sendo assim, realizou-se uma investigação para comprovar o argumentado pelos empresários. A Suprema Corte de Justiça determinou que os ganhos destas empresas permitiam saldar sem problemas a dívida com os empregados e em uma resolução obrigou as companhias a aumentar os salários e melhorar as condições de trabalho. Começaram os problemas com os empresários estrangeiros ameaçando ao presidente de sair do país junto com seus capitais.
Lázaro Cárdenas buscou chegar a um acordo com os donos das empresas: consistia em pagar 26 milhões em pesos, quantidade que exigiam os trabalhadores para que somente assim a greve fosse levantada. Isto não ocorreu, houve um ar de despotismo e desconfiança por parte de um dos empresários, o que levou o presidente a decidir pela expropriação. Ao inteirar-se da notícia alguns dos ~inversionistas decidiram pagar a dívida dos trabalhadores mas já era demasiado tardo; a decisão já estava tomada.
Esta consistia na apropriação legal do petróleo que exploravam 17 companhias estrangeiras para converter em propriedade dos mexicanos. Entre elas figuravam Mexican Petroleum Company of California, Companhia Mexicana de Petróleo “El Águila” e a Companhia Exploradora de Petróleo Imperial SA.
Em 18 de março de 1938, as dez da noite, o presidente através dos meios de comunicação anuncia a expropriação, aparecem mais problemas. O primeiro é pagar danos de indenização aos empresários e o segundo, se perdem relações relações diplomáticas com os Países Baixos, Reino Unido e Estados Unidos, que decretaram um embargo comercial e retiraram todo os seus funcionários técnicos como diplomáticos.
Foi uma das poucas ocasiões em que a população em sua totalidade se organizava para coletar dinheiro e pagar a dívida obtida com os empresários, milhares de pessoas nas casas de penhor para entregar relógios, joias, móveis e carros, outras tantas que vinham das fazendas para entregar galinhas ou os poucos centavos do bolso. Incluso a Igreja e os empresários mais conservadores apoiaram a coleta. O montante não foi possível pagar, mas criou-se a empresa paraestatal Petróleos Mexicanos ou PEMEX.
- Fonte: Portal web Capital 21.
Os anos seguintes são de inauguração de refinarias e descobrimento de depósitos petrolíferos, como o de Cantarell na península de Yucatán ao sul do país que em seu tempo foi um dos maiores depósitos do mundo. Tudo isso nos deu independência e soberania ante o grande Estados Unidos. México chegou a vender petróleo aos nazistas e a mostrar seu rechaço ao embargo a Cuba e incluso quis respalda-lo economicamente.
PEMEX mais a criação do Estado Paternal no México alcançou um grande desenvolvimento, já que deu apoio a novas empresas, teve melhores condições de trabalho, melhorou a educação e serviços de saúde. Tudo isso se conheceu como o milagre mexicano de 1930 a 1940. Lamentavelmente a corrupção e o tráfico de influências foram debilitando a indústria petroleira, já que se empenharam em acumular os ganhos que investir na obtenção de novas tecnologias.
A 78 anos PEMEX segue somente extraindo petróleo mas não o processa em combustível; a tecnologia é péssima e danosa para o ambiente, derrames petrolíferos no mar, incêndios nas refinarias, mortes em acidentes de trabalho, saques a empresa e magnatas das folhas de pagamento com contratos vitalícios que acumulam familiares nos mais altos cargos. Chegamos a ter uma nota de 10 pesos com a estampa do presidente Lázaro Cárdenas, entretanto, foi eliminada de circulação. Pouco a pouco foram reduzindo as celebrações e deixou ser feriado e dia de folga, para que o mexicano vá esquecendo o dia da expropriação petrolífera.
- Fonte: Periódico la Voz de Michoacan.
Mas até 2012 se acreditava que o petróleo pertencia aos mexicanos. E é somente em teoria por que ninguém recebe um cheque pelos ganhos da venda de petróleo deste ano ou pode decidir sobre o uso ou manejo da empresa. PEMEX pertence ao Estado e é o Estado quem administra os recursos naturais e renováveis e não renováveis do país mas também é quem trabalha de acordo aos interesses dos empresários e dos políticos, por que assim se formou desde a Revolução Mexicana. Então o petróleo nunca foi nosso.
Em 2013, se aprovou a reforma energética, em que deram maior importância a questão do petróleo. Se buscou moderniza-la para supostamente gerar maiores níveis de riqueza, isso é, com a exploração dos depósitos localizados em águas profundas. Dado a que existe uma falta de recursos para a extração do recurso e de tecnologia é necessário buscar o financiamento e dar participação ao capital privado nacional (Ramirez Corso, Gil Díaz, Emilio Lozoya) e estrangeiro (Halliburton, Schlumberger, British Petroleum, Petrofac, Repsol).
- Fonte: Qucho para ADN Político.
Após dois anos da reforma energética não foram vistas os mudanças favoráveis que nos prometeram, os investidores não querem arriscar entrar em um pais em plena crise econômica e dominada pelo crime organizado: o preço do petróleo segue aumentando, se diz que poderia chegar a custar até 20 pesos. Também foi levado em conta o caso da extração ilegal do combustível que tem provocado insegurança e o crescimento de grupos criminosos especializados no roubo e venda de combustíveis; incêndios em povoados e plantações pelo mal uso dos gasodutos, basicamente PEMEX ainda vive por que serve ao governo para seus negócios e para nos fazer acreditar em um nacionalismo mexicano, que somos parte de um todo quando na realidade não somos nada e não temos nada. 78 anos se passaram e já não temos nada para celebrar.
Tradução: Thiago Iessim para Desacato.info.
¿Se acuerdan cuando el petróleo era nuestro?
Por Ana Rosa Moreno, Puebla, México, para Desacato.info.
- Fuente: Foreing Affairs Latinoamerica
Recuerdo que cuando iba a la escuela el 18 de marzo era feriado oficial. No teníamos clases pero al día siguiente era obligatorio la ceremonia donde conmemorábamos la expropiación petrolera, nosotros declamábamos poemas alusivos al nacionalismo mexicano y el petróleo, la fotografía de Lázaro Cárdenas expresidente de México estaba presente en los honores a la bandera y se recordaba el día en que este presidente en cargo logró la independencia económica del país y nacionalizar los recursos naturales y las empresas expulsando así al capital privado extranjero.
Como todo proceso de independencia y nacionalización tiene un origen, y el origen de la expropiación petrolera se remonta a 78 años atrás con una lucha sindical. El 27 de diciembre después de varios intentos y bloqueos por parte de las empresas extranjeras que explotaban el crudo el Sindicato de Trabajadores Petroleros de la República Mexicana logró constituirse.
Es un incumplimiento de contrato lo que provocó que el sindicato de trabajadores petroleros, a un año de haberse formado, decidiera hacer una huelga el cual fue respaldad por el gobierno federal que decide intervenir, siendo el General Lázaro Cárdenas del Río presidente de la república mexicana.
El expresidente le pidió a las compañías que pagaran su deuda con los trabajadores pero estos alegaban no tener los fondos. De hecho se hizo una investigación para comprobar lo argumentado por los empresarios. La Suprema Corte de Justicia determinó que las ganancias de estas empresas sí permitían saldar sin problemas la deuda con los empleados y en una resolución obligó a las compañías a subir sueldos y mejorar las condiciones de trabajo. Se vienen los problemas y los empresarios extranjeros amenazaron al presidente con irse del país junto con sus capitales.
Lázaro Cárdenas buscó llegar a un acuerdo con los dueños de las empresas: esta consistió en pagar 26 millones de pesos, cantidad que exigían los trabajadores para que solo así la huelga se levantara. Esto no ocurrió, hubo un aire de despotismo y desconfianza por parte de uno de los empresarios, lo que llevó a que el presidente decidiera la expropiación. Al enterarse de la noticia algunos de los inversionistas decidieron pagar la deuda a los trabajadores pero ya era demasiado tarde; la decisión ya estaba tomada.
Ésta consistió en la apropiación legal del petróleo que explotaban 17 compañías extranjeras para convertirse en propiedad de los mexicanos. Entre ellas figuraban Mexican Petroleum Company of California, Compañía Mexicana de Petróleo “El Águila” y la Compañía Exploradora de Petróleo la Imperial SA.
El 18 de marzo de 1938, a las diez a la noche, el presidente a través de los medios de comunicación anuncia la expropiación, se vienen más problemas. El primero es pagar daños de indemnización a los empresarios y el segundo, se pierden relaciones diplomáticas con los Países Bajos, el Reino Unido y Estados Unidos, quienes decretaron un embargo comercial y retiraron a todo su personal tanto técnico como diplomático.
Es de las pocas ocasiones en que toda la población en su totalidad se organizaba para recaudar dinero y pagar la deuda obtenida con los empresarios, miles de personas formadas en las casas de empeño para entregar relojes, joyería, muebles, carros, otras tantas formadas en Hacienda para entregar gallinas, los pocos centavos en el bolsillo. Incluso la Iglesia y los empresarios más conservadores apoyaron las recolectas. El monto no se logró pagar, pero se creó la empresa paraestatal Petróleos Mexicanos o PEMEX.
- Fuente: Portal web Capital 21.
Los años siguientes son de inauguración de refinerías y descubrimiento de yacimientos petroleros, como el de Cantarell en la península de Yucatán al sur del país que en su tiempo fue uno de depósitos más grandes del mundo. Todo esto nos dio independencia y soberanía ante el gran Estados Unidos. México le llego a vender petróleo a los nazis y a mostrar su rechazo al embargo a Cuba e incluso a querer respaldarlo económicamente.
PEMEX más la creación del Estado Paternal en México alcanzó un gran desarrollo, ya que se dio apoyo a nuevas empresas, hubo mejor trato laboral, mejoró la educación y servicios de salud. Todo esto se conoció como el milagro mexicano de 1940 a 1930. Lamentablemente la corrupción y el tráfico de influencias fueron debilitando la industria petrolera, ya que se empeñaron en acapararse las ganancias que en invertir en la obtención de nuevas tecnologías.
A 78 años PEMEX sigue sólo extrayendo petróleo mas no procesándolo en combustible; la tecnología es pésima y dañina para el ambiente, derrames petroleros en el mar, incendios en las refinerías, muertes en accidentes de trabajo, saqueos a la empresa y nóminas de magnates con contratos vitalicios acaparados por los familiares de los altos cargos. Llegamos a tener un billete de 10 pesos con la estampa del presidente Lázaro Cárdenas, sin embargo, fue eliminado. Poco a poco se fueron reduciendo las celebraciones y dejo de ser día feriado y de asueto, para que el mexicano vaya olvidando el día de la expropiación petrolera.
- Fuente: Periódico la Voz de Michoacan.
Pero hasta el 2012 se creía que el petróleo les pertenecía a los mexicanos. Y es en teoría porque nadie recibe un cheque por las ganancias de venta de petróleo de este año o puede decidir sobre el uso o manejo de la empresa. PEMEX le pertenece al Estado y es el Estado quien administra los recursos naturales renovables y no renovables del país pero también quien trabaja de acuerdo a los intereses de los empresarios y de los políticos, porque así se formó desde la Revolución Mexicana. Entonces el petróleo nunca fue nuestro.
En el 2013, se aprobó la reforma energética, en la que le dieron mayor importancia a la cuestión del petróleo. Se buscó modernizarla para supuestamente generar mayores niveles de riqueza, esto es, con la exploración y explotación de yacimientos localizados en aguas profundas. Dado a que existe una falta de recursos para la extracción del recurso y de tecnología es necesario buscar el financiamiento y darle participación al capital privado nacional (Ramírez Corso, Gil Díaz, Emilio Lozoya) y extranjero (Halliburton, Schlumberger, British Petroleum, Petrofac, Repsol).
- Fuente: Qucho para ADN Político.
A dos años de la reforma energética no he visto los cambios favorables que nos prometieron, los inversionistas no se quieren arriesgar a entrar a un país en plena crisis económica y dominada por el crimen organizado: el precio del petróleo sigue en aumento, se dice que podría llegar a costar hasta los 20 pesos. También se ha dado el caso de la extracción ilegal del combustible lo que ha provocado inseguridad, crecimiento de bandas delictivas especializadas en su robo y venta; incendios en pueblos y plantaciones por el mal uso de los gaseoductos y básicamente PEMEX vive porque le sirve al gobierno para sus negocios y para hacernos creer en un nacionalismo mexicano, que somos parte de un todo cuando en realidad no somos nada y no tenemos nada. 78 años han pasado y ya no tenemos nada que celebrar.