Netanyahu propõe mandar para Gaza famílias de palestinos envolvidos em ataques a israelenses

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu nesta quarta-feira (02/03) ao procurador geral israelense, Avichai Mandelblit, que aprove a deportação de parentes de palestinos envolvidos em ataques contra israelenses da Cisjordânia para a Faixa de Gaza.

“Acredito que isso irá reduzir dramaticamente as atividades terroristas contra Israel, seus cidadãos e seus residentes”, escreveu Netanyahu a Mandelblit, alegando que muitos dos palestinos envolvido nos ataques a israelenses vêm de famílias que apoiam tais atos. “Solicito sua opinião legal para permitir a transferência de famílias que apoiam o terror para a Faixa de Gaza”, completou o primeiro-ministro.

Agência Efe

Em foto de junho de 2014, palestinos descansam próximos a escombros em praia na Faixa de Gaza

Segundo o jornal israelense Haaretz, Netanyahu pediu um parecer oficial do procurador geral apesar de já saber da posição contrária de Mandelblit à medida. Em reunião de gabinete do governo israelense realizada há poucos dias, o procurador já havia se oposto à iniciativa, afirmando que ela desrespeita leis israelenses e internacionais.

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Para analistas políticos ouvidos pelo jornal, Netanyahu quer mostrar ao público que está tentando aprovar medidas para conter a violência contra israelenses mas está sendo impedido de agir pelo Judiciário. Segundo fontes do governo ouvidas pelo jornal Times of Israel, a objeção de Mandelblit, que foi secretário de gabinete de Netanyahu e assumiu o posto de procurador geral há um mês, é a única coisa que impede a adoção da medida pelo governo israelense.

A organização israelense de direitos humanos B’Tselem também se posicionou contra a medida. “Qualquer forma de punição coletiva é ilegal e neste caso é uma tentativa de penalizar parentes por ataques pelos quais eles não são acusados”, afirmou Sarit Michaeli, porta-voz do grupo. “Esta é uma absoluta violação de leis internacionais e da Convenção de Genebra.”

Agência Efe

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em reunião de gabinete na última semana

A onda de violência entre israelenses e palestinos iniciada em outubro de 2015 e chamada de “intifada das facas” por consistir principalmente em ataques de palestinos contra israelenses com facas e armas brancas já provocou a morte de 180 palestinos, 28 israelenses, um norte-americano, um sudanês e um eritreio, segundo a agência de notícias AFP. Os palestinos em geral são mortos pelas forças de segurança israelenses após perpetrar os ataques, e alguns foram mortos durante protestos contra a ocupação israelense.

A Faixa de Gaza está sob bloqueio israelense que restringe severamente tanto o movimento de pessoas quanto de itens básicos, sendo considerada uma “prisão a céu aberto” por diversas organizações e ativistas internacionais.

Fonte: Opera Mundi.

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