Por Julia Saggioratto, para Desacato. Info.
Jovens discutem sobre a importância da comunicação, o que e de que maneira o coletivo precisa comunicar para a construção e fortalecimento de suas lutas
“Uma rede de comunicação comunitária popular. Um sonho só, que já não se sonha só. Caminha-se e…. Quem sabe? Basta que as gentes de toda a América do Sul se ponham a andar”! A citação é do texto da Jornalista Elaine Tavares, intitulado: “A batalha da comunicação”, o qual foi trazido e debatido durante a tarde de sábado, 30, no encontro de formação, avaliação e planejamento da Pastoral da Juventude do Meio Popular e Pastoral da Juventude Rural, que ocorreu no Salão Paroquial em São Miguel do Oeste/SC.
No primeiro momento, como coletivo que procura produzir a sua própria comunicação para dar vez àqueles que frequentemente são esquecidos pela grande mídia, o encontro evidenciou aquilo que o coletivo vem comunicando nos últimos anos, buscando entender de que maneira e em qual proporção a imprensa tradicional tem alienado e interferido na vida das juventudes que compõem as organizações. É o que afirma a Jornalista Popular, Claudia Weinman.“Realizamos um trabalho em grupo discutindo um texto escrito pela Jornalista Elaine Tavares, o qual mostra a organização da comunicação na Venezuela, que nos serve de inspiração, e em seguida, colocamos alguns questionamentos procurando entender o que a juventude tem lido, ou então, porque é tão difícil fazer com que os jovens leiam e escrevam sobre suas pautas, suas lutas dentro das organizações. O que nos serve de estratégia para avançarmos nesse processo, tomando como base as realidades dessas pessoas”.
A discussão trouxe à tona a importância da construção da comunicação pelas/os jovens das pastorais, de forma que esta seja parte fundamental no fortalecimento das lutas. “Acreditamos que trabalhar a comunicação em nossas organizações, seja na base, com as coordenações, ou a nível nacional da PJMP e PJR, é discutir a forma de nos organizarmos, uma vez que a comunicação é um todo que se completa. É a fala, é a escrita, são as imagens, e tem poder de mobilizar, de articular, de fazer acontecer os trabalhos em nossas bases”, ressalta Claudia. A Jornalista ainda destaca a importância de o coletivo saber o que comunicar para que todos e todas possam participar do processo de construção do Socialismo: “É preciso comunicar a luta do povo e assim, vice-versa. A comunicação popular é também uma forma de educar, de transmitir e disseminar saberes, por isso torna-se tão importante e necessária”.
Ainda durante o dia 30, os jovens compartilharam suas histórias de vida com seus companheiros\as militantes. O encontro seguiu no dia 31 com avaliação e planejamento das ações para o ano de 2016 e distribuição da última edição do Jornal Comunitário, que será entregue pelos jovens nas comunidades do interior e da cidade de seus municípios, no Extremo-oeste Catarinense.