27 comunidades de Geraizeiros (MG) enfrentam operação de Guerra da mineração

Fórum dos Atingidos pela Indústria do Petróleo e Petroquímica nas Cercanias da Baía de Guanabara – FAPP-BG

 “Eles chegou e empurrou a gente para as grota.

Eles invadiu.

A gente não vendeu. Há quase uns quarenta anos.

Quem foi a firma?

Foi a Vale do Rio Doce.”

(depoimento de um dos geraizeiros)

A fazenda ocupada era onde sobreviviam há 7 gerações e na qual iniciou-se o processo de expulsão realizado pela ditadura militar há 40 anos e que beneficiou políticos e empresas.

 A ocupação desta fazenda foi também motivada pelo fato de sua sede estar servindo de escritório e armazém da Sul Americana de Metais – SAM, empresa controlada pela Honbridge Holdings Ltd. de capital chinês e que está com um projeto de mineração em fase de licenciamento pelo IBAMA e que vem ameaçando diretamente as famílias geraizeiras que promoveram a ocupação.

A luta agora é para divulgar e pressionar o Governo de Minas Gerais e o Governo Brasileiro para regularização do território e não permitir o licenciamento do Projeto de Mineração Alto Rio Pardo – que prevê a construção de um mineroduto até o porto de Ilhéus, na Bahia e ameaça o comprometimento irreversível dos últimos remanescentes hídricos desta região do semiárido mineiro.

Importante agirmos antes de desastres como os de Mariana, como os silenciosos.

Somos todos geraizeiros.

“Emblemático também, pois foi nesta terra que o empreendimento SUZANO PAPEL E CELULOSE montou uma verdadeira operação de guerra para desmatar e limpar uma área de 4.000 da monocultura do eucalipto em menos de três meses. Esta operação exigiu o deslocamento de dezenas de maquinas que cortam os pés de eucalipto, limpa e deixa as toras amontoadas prontas para serem carregadas. Além do passivo ambiental provocado anteriormente pela monocultura de eucalipto que não respeitou topos de morro e nascentes [….]. Este projeto prevê a construção de mineroduto até o Porto de Ilhéus, na Bahia, e ameaça o comprometimento irreversível dos últimos remanescentes hídricos desta região do semiárido mineiro”. 

Secretaria do Fórum dos Atingidos pela Indústria do Petróleo e Petroquímica nas Cercanias da Baía de Guanabara – FAPP-BG

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