Um outdoor em Curitiba sugerindo o “fim dos privilégios para deficientes” chocou o Brasil.
Hoje houve uma coletiva de imprensa para esclarecer do que se trata a campanha.
Muita gente se revoltou e repercutiu negativamente a bandeira levantada pelo Movimento pela Reforma de Direitos: o fim dos privilégios para pessoas com deficiência.
E, mesmo assim, por que tantos ainda desrespeitam?
Essa é a discussão que nós, do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, queríamos levantar. E conseguimos.
É fundamental que a sociedade fale abertamente sobre isso: somos 24% da população, mais de 45 milhões de brasileiros com deficiência; só emCuritiba, somos mais de 300 mil pessoas com algum tipo de deficiência. SOMOS MUITOS! Somos pessoas com deficiência auditiva, visual, intelectual, deficiências múltiplas, surdez, transtorno do espectro autista e deficiências físicas. É preciso reconhecer e respeitar a nossa diversidade.
Temos alguns direitos diferentes porque temos necessidades diferentes. Eles foram conquistados para igualar as oportunidades e reduzir as desvantagens. Por exemplo:
TEMOS DIREITO A VAGA EXCLUSIVA DE ESTACIONAMENTO porque temos dificuldade de locomoção, e também para evitar riscos de acidentes que possamos causar ou sofrer.
TEMOS DIREITO A LEI DE COTAS PARA O TRABALHO, pois sem elas dificilmente seríamos contratados. Apesar das nossas competências e currículo, a sociedade ainda nos considera incapazes.
TEMOS DIREITO A ISENÇÕES E DESCONTOS porque temos despesas extras que elevam muito o nosso custo de vida. Além disso, temos menos oportunidades de trabalho e de educação.
TEMOS DIREITO A FILAS E ASSENTOS PREFERENCIAIS porque é uma questão de respeito, segurança e conforto para quem enfrenta mais dificuldades todos os dias.
TEMOS DIREITO A COTAS EM CONCURSOS PÚBLICOS porque, além dos desafios que enfrentamos para conseguir empregos, temos dificuldades também para estudar e disputar as vagas em condições iguais.
ISSO TUDO NÃO É PRIVILÉGIO. É DIREITO.
E serve para garantir a igualdade de oportunidades entre a pessoa COM e SEM deficiência.
Apesar disso, a maior barreira ainda é o desrespeito. Os nossos direitos são frequentemente ignorados, seja por falta de conhecimento ou de educação. Lembrando: discriminar pessoas com deficiência é crime previsto por lei.
Por tudo isso, não podemos ficar apenas na revolta. Vamos exigir respeito e, mais do que isso, vamos defender esses direitos.
Alie-se a esta causa, curta a página Curitiba Mais Inclusiva:www.facebook.com/sedpcd/?fref=ts