Mensagem aos catarinenses, em defesa do SAMU

    Esta mensagem aos catarinenses leva a carga de indignação que é comum ao se manifestar publicamente contra equívocos de uma administração pública, mas não deixa de ser também um esclarecimento sobre as nefastas consequências que os responsáveis pela Saúde do governo Raimundo Colombo vão impor à população deste Estado.

    A Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Santa Catarina, juntamente com entidades sindicais em defesa da classe trabalhadora, acompanha com preocupação a forma como a Comissão de Intergestores Bipartide (CIB) vem conduzindo o projeto da centralização da regulação do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU).

    Em julho e agosto houve um movimento unificado e organizado de aversão à proposta de concentrar a regulação das ambulâncias em Florianópolis, eliminando oito centrais de controle e demitindo mais de 200 trabalhadores. Sob pressão, na reunião de agosto a CIB não aprovou nem rejeitou a proposta do governo. Mas na semana passada, na surdina, como é típico de quem toma atitudes temerárias e que vão contra o interesse da maioria, a comissão aprovou a proposta.

    Trata-se de um retrocesso só comparável à privatização do serviço há pouco mais de três anos. Justificando não ter recursos, mesmo sangrando os cofres públicos em Secretarias de Desenvolvimento Regional, o governo corta um atendimento de excelência para colocar a população na incerteza.

    Não há prazos para implantação efetiva da nova regulação. Sabe-se, preliminarmente, que vai ser feita em meados de 2016. Mas nós sabemos como será conduzido este processo.

    Veja neste passo-a-passo:

    1. O governo vai anunciar uma data para implantação.
    2. Sob pressão dos movimentos sociais e funcionários, o governo vai adiar e implantar na surdina, como fez recentemente para aprovar.
    3. O serviço vai apresentar problemas ao diminuir de 40 para 25 linhas de atendimento para uma população de aproximadamente 7 milhões de pessoas.
    4. O tempo-resposta, entre o chamado do local onde está a vítima até o atendimento do SAMU vai aumentar, causando um aumento no número de óbitos.
    5. Os profissionais encarregados da regulação em Florianópolis vão ficar sobrecarregados, estressados e vão passar a cometer erros que resultarão em vidas perdidas.
    6. O governo vai responsabilizar a empresa que opera o serviço, a paulista SPDM.
    7. O governo vai assumir o atendimento nas regionais, com o atendimento móvel feito pelo Corpo de Bombeiros.
    8. Números de economia e outras planilhas com números positivos vão ser apresentadas para mostrar a eficiência do sistema, mas omitindo todas as falhas que infalivelmente ele vai resultar.
    9. O governo sabe que este é o passo-a-passo, mas vai empurrar com a barriga para ver até aonde vai.
    10. As consequências podem ser graves para quem depende do atendimento móvel de urgência.

    Diante deste quadro que a FETESSESC reitera ser contra a proposta de centralização da regulação do SAMU em Florianópolis. É um retrocesso, que só vai gerar desemprego e queda na qualidade no serviço de Saúde ofertado para a população. Não bastou os funcionários, que conhecem o sistema por dentro, cruzarem os braços em desacordo com o projeto. Não bastou uma audiência pública na Alesc, com representantes que implantaram o SAMU em Santa Catarina, como César Augusto Nitschke, alertando que tal proposta não tem como dar certo. Não bastou a população se manifestando contra nas redes sociais e nos espaços dados ao leitor na mídia local.

    O governo não ouve ninguém. E, por isso, errou mais uma vez.

    Mais Informações:

    Presidente da Fetessesc – Cleber Ricardo Candido – (48) 9109-0914.

    Fonte: Fetessesc.

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