Uma semana após terminar a greve de fome, que se prolongou por 36 dias, o rapper angolano juntou-se aos restantes 14 ativistas detidos em Luanda
A informação sobre a transferência para o Hospital Prisão São Paulo, em Luanda, que teve lugar esta terça-feira às 14h, foi publicada na página de facebook de Luaty Beirão.
“Apesar de não estar ainda totalmente recuperado da sua greve de 36 dias, tem reagido bem e junta-se assim aos seus companheiros”, lê-se na página do ativista, na qual é ainda sublinhado que “Luaty já tinha manifestado esta vontade, para que pudessem recuperar das mazelas juntos e agirem a uma só voz”.
A notícia foi entretanto confirmada pela mulher do rapper angolano, Mónica Almeida, e pelo seu advogado: “Visitei-o no hospital no domingo e este era um passo que já esperava, normal nesta fase. Mas foi um pouco mais cedo do que eu esperava”, avançou Luís Nascimento em declarações à agência Lusa.
Após 36 dias de greve de fome, durante os quais perdeu 23 quilos, Luaty Beirão iniciou o processo de realimentação. “Ingere uma refeição sólida, muito leve, por dia, neste programa de dez dias. Está a evoluir bem”, explicou Mónica Almeida.
O julgamento de Luaty e dos restantes 16 arguidos do processo terá início a 16 de novembro, no tribunal de Cacuaco, nos arredores de Luanda.
Imagem e Fonte: Esquerda.net
E hoje programa um “Buzinão”
Segundo a página do facebook do ativista, está programado hoje, dia 4/11, às 19h15, o Buzinão pedido a Liberdade Já dos ativistas presos
Na 4ª-feira, dia 04 de Novembro, às 19h15, vamos buzinar, apitar, tocar um sino, fazer barulho, onde quer que estejamos!
Queremos que seja um Buzinão colectivo, cada um no seu local, de Portugal a Angola, do Brasil à China, a passar a mensagem global: Liberdade Já! Apitem se estiverem no carro. Que toquem os Sinos das Igrejas e até as Buzinas dos Barcos!
A ideia de “se queres mudança então buzina só” era precisamente uma acção que, vários activistas agora presos, estavam a desenvolver como modo pacífico de protesto. A melhor maneira de mostrarmos solidariedade é precisamente continuar e amplificar as propostas com rumo a uma mudança social em Angola, que foram interrompidas com as detenções.
Imagem e Fonte: página de facebook de Luaty Beirão.