Um coronel e dois sargentos são apontados como culpados pela morte da secretária Lyda Monteiro da Silva em 1980
Por Amanda Raiter, de Jornal O Dia, Rio de Janeiro
Rio – A Comissão Estadual da Verdade (CEV-Rio) revelou nesta sexta-feira o nome dos três militares acusados de promoverem o atentado na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que vitimou a secretaria Lyda Monteiro da Silva, de 59 anos, em 1980. Segundo a presidente da CEV-Rio, Rosa Cardoso, o sargento Magno Cantarino Mota (ainda vivo) foi o agente que entregou a carta-bomba para a vítima. A notícia de que os nomes dos militares seriam revelados foi divulgada na edição de quinta-feira da coluna Informe do DIA.
A ação foi orquestrada pelo coronel do Exército, Freddie Perdigão Pereira, morto em 1996, e teve a participação também do sargento paraquedista, Guilherme do Rosário. Este último morreu no atentado do Riocentro, no ano seguinte.
A expectativa agora é de que o Ministério Público Federal (MPF) dê prosseguimento ao inquérito e levante mais nomes, inclusive da alta hierarquia ligados ao crime.
Segundo o ex-presidente da OAB-RJ, o deputado federal Wadih Damous (PT), o suspeito Magno Mota, também conhecido pelo codinome Guarany, pode ser punido, pois o atentado foi posterior a criação da Lei de Anistia.
“A Comissão Estadual da Verdade vai comunicar ao MPF para dar sequência e identificar toda a cadeia de comando. Não há impedimento para punição dos envolvidos”, diz Damous.