Florianópolis, 6 de setembro de 2015.
No dia 24 de fevereiro de 2015 foi formalmente criado, no salão plenário da Casa do Barão, sede do Ministério Público Estadual, o Fórum Catarinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos (FCCIAT) com a participação de mais de cem representantes de organizações públicas e privadas. Sem dúvidas uma excelente oportunidade para enfrentar um grande problema que ameaça a saúde da natureza e dos cidadãos de Santa Catarina.
No decorrer deste ano foram realizadas várias plenárias do Fórum. Desacato.info participou delas com entusiasmo por estar encarando uma problemática muito ampla que provém de um sistema estrutural de desenvolvimento que acumula sem parar prejuízos à população e aos próprios agricultores rurais.
Diariamente no nosso Portal damos exemplos do espectro de consequências nefastas das monoculturas transgênicas e seus agrotóxicos associados. Por isso apoiamos, na nossa comissão do Fórum sobre Segurança Alimentar e Nutricional e na Plenária do Fórum de 31 de agosto, uma nota de repúdio à Secretaria de Agricultura do Estado de Santa Catarina por distribuir sementes de milho transgênicas a Juro Zero no Programa Terra Boa. E, também, pelo fato de incluírem isto como meta do Plano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, utilizando dinheiro e estrutura pública para aquisição de 220 mil sacas de 20 kg de sementes de milho transgênicas, a distribuir aos produtores da agricultura familiar.
Como já não acreditamos que políticos e funcionários institucionais desconheçam o perigo que significa a produção de transgênicos, com seus inseticidas e herbicidas, não podemos ter menos que desconfiança sobre uma resolução que favorece interesses tão equívocos. Para maior suspeita, o próprio conselheiro da Secretaria de Agricultura do Fórum, reconheceu que essas sementes se distribuem com a informação de que são de “alta tecnologia”, mas sem identificá-las claramente como transgênicas.
Junto ao repúdio se envia uma nota do Fórum pedindo uma explicação sobre esta grave violação do Plano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional.
Nesta última plenária também se iniciou um debate sobre a necessidade de que o Fórum instale um Centro de Denúncias para vítimas de impactos produzidos por Transgênicos e Agrotóxicos e que este mesmo Centro faça o acompanhamento das denúncias nos órgãos competentes. Com esta proposta o Fórum teria uma relação mais ativa e estreita com a sociedade afetada por essas sementes biodegradadas. A nosso ver o Fórum começa a assumir com clareza a sua obrigação com a defesa da sociedade catarinense.
