A Áustria anunciou neste domingo (06) que gradualmente voltará a controlar os refugiados que querem atravessar sua fronteira com a Hungria, aberta na madrugada de sábado em virtude dos milhares de pessoas que tentavam chegar à Alemanha atravessando os dois países.
“Passo a passo, devemos voltar de uma medida de emergência a uma normalidade que esteja de acordo com a lei e seja digna para as pessoas”, afirmou em comunicado o chanceler austríaco, Werner Faymann, após “intensas conversas” com a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, mas sem detalhar quando recomeçarão os controles.
“Não há alternativa que não uma solução europeia”, disse o chanceler à agência de notícias France-Presse.
Agência Efe
Refugiados chegam à estação austríaca de Salzburg, em parada a caminho de Viena e Munique, na Alemanha
Uma porta-voz da chancelaria explicou à agência de notícias APA que este anúncio significa que a polícia voltará a controlar de forma aleatória as pessoas que atravessam a fronteira.
De acordo com a legislação comunitária, imigrantes ou refugiados devem pedir asilo no país de entrada na União Europeia (UE) e só podem se movimentar livremente pelo espaço Schengen se tiverem papéis e permissões para isso.
O Ministério do Interior austríaco informou neste domingo que 14 mil pessoas passaram da Hungria à Áustria desde a madrugada de sábado, quando os governos de Viena e Berlim anunciaram que permitiriam sem controles a entrada de refugiados.
Já a Alemanha recebeu 8 mil pessoas no sábado e esperava mais 10 mil no domingo, segundo a polícia. O país espera receber 800 mil novas solicitações de asilo em 2015, quatro vezes mais do que o recebido ano passado.
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Agência Efe
Voluntários oferecem água, comida e outros itens a refugiados na estação austríaca de Salzburg
Cotas entre países
Faymann afirmou que Áustria e Alemanha assumirão um papel determinante em nível europeu para que os países da UE garantam juntos a segurança das fronteiras externas do bloco comunitário. Os dois países querem também uma distribuição justa dos asilados entre os membros da UE, além de regras comuns a todos os países para a concessão de asilo.
Segundo a AFP, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, deve apresentar um plano na próxima quarta-feira (09) para realocar 120 mil refugiados que se encontram hoje na Itália, Grécia e Hungria.
De acordo com os planos de Juncker, a Alemanha receberia 31 mil pessoas, a França 24 mil e a Espanha cerca de 15 mil.
Paróquias no Vaticano vão receber refugiados
Enquanto o premiê húngaro, Viktor Orban, apelou na última sexta-feira (04) para a necessidade de defender a “identidade cristã” da Europa diante da chegada de refugiados muçulmanos, o papa Francisco disse hoje que a verdadeira cristandade está em ajudar quem precisa. O pontífice pediu, durante seu sermão dominical no Vaticano, que “cada paróquia, cada comunidade religiosa, cada monastério, cada santuário na Europa” acolha uma família de refugiados.
“Diante da tragédia das dezenas de milhares de pessoas fugindo da morte como vítimas da guerra e da fome e em busca de começar uma vida nova, o evangelho nos chama a nos aproximar dos menores e mais abandonados, a lhes dar uma esperança concreta”, afirmou. As duas paróquias do Vaticano vão receber duas famílias de refugiados nos próximos dias, disse o papa, como exemplo para as outras 50 mil paróquias no continente.
*Com Agência Efe
Fonte: OperaMundi.
