Gaza poderá tornar-se inabitável em 2020, alerta a ONU

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Gaza (American International School) – foto de Begemot/flickr

O relatório da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), divulgado no dia 1 de setembro de 2015, alerta que a Faixa de Gaza pode tornar-se inabitável em 2020 e que as condições socioeconómicas no território estão no nível mais baixo desde 1967.

O documento aponta que a situação é insustentável, após oito anos de bloqueio económico e três guerras lançadas pelo exército israelita contra a Faixa, em seis anos.

Segundo o organismo da ONU, a economia de Gaza sofreu, em 2014, a primeira recessão desde 2006 e a segunda queda consecutiva do PIB per capita. Desde 1994, o PIB de Gaza caiu 30%. Além disso, o número de colonos israelitas quadruplicou desde os Acordos de Oslo e já superam os palestinianos na zona C.

O documento refere que, nos quatro primeiros meses de 2015, Israel voltou a reter as receitas aduaneiras palestinianas, que representam 75% das entradas de dinheiro na Faixa, e aponta que a crise de liquidez desacelerou as atividades económicas e afetará mais uma vez negativamente o PIB de 2015.

A UNCTAD sublinha ainda que os “esforços de reconstrução são extremamente lentos em relação à magnitude da devastação”, salientando que a economia de Gaza não teve oportunidade de recuperar.

O documento assinala que os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza destruíram a sua capacidade de produzir para exportar, arruinaram as suas infraestruturas e agravaram o empobrecimento do Território Palestiniano Ocupado.

O estudo calcula que as perdas diretas causadas pelas três guerras de Israel contra Gaza, entre 2008 e 2014, representam o triplo da produção do território, tendo o setor agrícola perdido cerca de 550 milhões de dólares.

O documento realça também as graves crises de água e eletricidade, em consequência dos ataques de Israel no verão de 2014. 95% da água dos aquíferos costeiros da Faixa não tem condições para ser bebida.

Os ataques militares de Israel em 2014 provocaram meio milhão de deslocados e a destruição de 20.000 casas, 148 colégios, 15 hospitais e 45 centros de saúde.

Oito em cada mulheres jovens palestinianas não têm emprego e o desemprego global atingiu 44% em 2014.

O documento da UNCTAD aponta ainda que o número das pessoas que dependem das agências da ONU para se alimentarem aumentou de 72.000 em 2002 para 868.000 em maio de 2015, quase metade da população total de Gaza.

Fonte: Esquerda.net

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