O evento marcou a comemoração dos oito anos do Portal Desacato.Info. e a inauguração do auditório do Sindaspi/SC
Por Ana Carolina Peplau Madeira, para Desacato.info.
Mais de uma centena de pessoas compareceram ao 5º Café AntiColonial, ocorrido ontem (25/08), às 18h, no auditório do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Assessoramento, Perícia e Informação do Estado de Santa Catarina (Sindaspi/SC), em Florianópolis. Muita emoção marcou o evento que também inaugurou o local e comemorou os oito anos do Portal Desacato.
O coordenador da Pastoral do Migrante da Arquidiocese de Florianópolis, padre Joaquim Filippin agradeceu pelo convite para participar do Café e explanou sobre as o apoio que é oferecido aos migrantes, com serviço de advocacia, adaptação cultural (sem renunciar à origem do migrante e conhecer a cultura local) e espiritual. A Pastoral é um braço da Scalabrini Internacional Migration Network (SIMN) que lida ativamente com migrantes, refugiados, pessoas deslocadas, marítimos e outras pessoas afetadas pela mobilidade humana.
A antropóloga Tamajara J. da Silva também falou sobre a visão prática da realidade ao trabalhar na Pastoral, como “uma construção emocional grande. Ter ou não um documento é o que define se tem acesso ou não há muitas coisas. A Carteira de Trabalho modifica a vida do imigrante”. Dois refugiados haitianos usaram o espaço para agradecer e demonstrar o quanto o Brasil os têm ajudado. Mesmo com dificuldade com o idioma português, a estudante de Turismo, Judette Teus disse que foi bem recebida pelos brasileiros.
O estudante de Direito, Chery Clarens, mais adaptado, contou que distribuía panfletos em ruas do centro de Florianópolis, depois de ter passado por cidades do Acre, e não entendia como as pessoas vinham falar com ele. “Pensei que estavam me investigando, mas na verdade é só a receptividade e generosidade do povo brasileiro”, comenta Clarens rindo de sua desconfiança por falta de conhecimento da cultura local. O Sebo Solidário, realizado durante o café, arrecadou recursos à Pastoral do Migrante, de Florianópolis.
A mídia dos trabalhadores surgiu da necessidade de fugir aos padrões convencionais, de redes de comunicação imperialistas e depois da decepção com vários partidos políticos. Com muito trabalho militante, observação diária da própria realidade, clareza na linha editorial e apoio dos leitores e da Classe Trabalhadora, foi sendo construído o portal com vários integrantes da América Latina. Atualmente, conta com representantes até na Ásia e Oceania. Só em 2010, em função da demanda, que foi criada a Cooperativa de Produção em Comunicação e Cultura (CpCC).
De lá para a atualidade, são vários projetos desenvolvidos, inclusive o Café, que está na quinta edição. Foi apresentado o Vídeo do Núcleo de Jornalismo: “A Outra Desacata há 8 anos!”, menção à sede da Cpcc e do Portal, que é chamada de Casa da Outra. Participantes também assistiram “Mundanos”, novo programa documentário do Portal, realizado por Laura Arango e João Gabriel Almeida, “Saúde é Tudo! Jornalismo e Educação”, programa webtv produzido em parceria com o Sindprevs/SC.
Animada pela dupla Tiê Pereira e Isaac Alves (baixo e guitarra), a homenagem contou ainda com Exposição de Fotos Ana Rita Meyer sobre a Expedição Abya Yala, “Como o Diário Catarinense constrói a imagem dos povos Guarani”, por Madalena Giostri. O Café AntiColonial na Linha do Tempo, Mural de Poesias e fragmentos de prosa poética de Raul Fitipaldi e lançamento das novas camisetas do Portal Desacato.
A quarta fase de novo layout do Portal foi apresentado com tom mais moderno, claro e leve. Foi elaborado por Wilmar Frantz Jr. e Marcos Aurélio Silvério. Destaque para a Videoteca, onde os visitantes do Portal poderão assistir aos programas e vídeos produzidos pela CpCC, novo menu, Sala de Cultura e para a Agenda do Trabalhador, onde todos os sindicatos do estado podem divulgar manifestações, confraternizações e demais eventos. A presidente da CpCC, Rosângela Bion de Assis resumiu o sentido de união para manter o crescimento, “estou muito feliz, emocionada e orgulhosa em dar minha contribuição ao Portal Desacato. É um projeto coletivo. Não vamos a lugar algum separados, só juntos”.
Agradecemos a colaboração das entidades que fizeram possível com que o Café AntiColonial fosse gratuito para os trabalhadores: Sindaspi, Sindes, Sindprevs/SC, Sinergia, Sintraturb, Sintrasem e Sindpd
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