Tayson Bedin enfatizou a necessidade da comunidade somar forças junto ao movimento pró-universidade. Foto: Claudia Weinman.
Por Claudia Weinman.
Há 10 anos a luta por um campus da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS) para o Extremo-oeste faz parte das pautas das pastorais e movimentos sociais da região. Embora a falta de respostas ainda seja uma constante, o jovem da Pastoral da Juventude Rural (PJR), Tayson Bedin, falou durante a sessão realizada na última semana pela Câmara de Vereadores de São Miguel do Oeste, que o movimento pró-universidade não desistiu e comunidade precisa se mobilizar.
A discussão sobre a instalação de um campus da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS) para o Extremo-oeste Catarinense tem sido pauta de movimentos e pastorais sociais há mais de 10 anos. Em São Miguel do Oeste, a Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Pastoral da Juventude Rural (PJR), igreja e demais organizações que tem pautado essa luta, conseguiram em 2014, avanços significativos para efetivação deste sonho, no entanto, na última semana, durante uma fala do jovem da PJR, Tayson Bedin, na sessão realizada pela Câmara de Vereadores do município, ele falou sobre a falta de respostas sobre este assunto. Enfatizou também que o movimento pró-universidade segue organizado e cobrando as promessas feitas durante todos esses anos por lideranças políticas.
Bedin ressaltou que a falta de respostas do governo não ignora a importância de uma universidade Pública e Popular para o município. “A luta pela Universidade Federal vive. Embora a comunidade esteja desestimulada pelos cortes feitos na educação, a nossa tarefa é seguirmos cobrando, independente de quem está na ‘ponta’”, disse ele.
O jovem recorda que no ano passado, foi realizada a entrega oficial do projeto da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS), ao reitor da federal de Chapecó\SC, Jaime Giollo, durante uma audiência na reitoria. Ele enfatiza que além de todas as forças que sempre estiveram lutando pelo campus, prefeitos e deputados da região também ouviram um ‘sim’ de Giollo para expansão do campus. “Não podemos esquecer do ‘sim’ que recebemos aqui e também em Brasília, na voz do ex-ministro da Educação”, enfatizou.
Bedin explica que ainda no ano passado, lideranças do Movimento Pró-Universidade, PJMP, PJR, movimentos sociais e prefeitos da Associação dos Municípios do Extremo Oeste de Santa Catarina (Ameosc), encaminharam em audiência junto ao ex-Ministro da Educação Henrique Paim, Secretário de Ensino Superior Paulo Speller, Diretor de Políticas e Programas de Graduação, Dilvo Ilvo Ristoff, em Brasília, tarefas que possibilitariam a vinda de um campus da Universidade Fronteira Sul (UFFS), para São Miguel do Oeste.
Durante a audiência que aconteceu em um dos auditórios do Ministério da Educação, prefeitos de toda a região do Oeste e Extremo Oeste Catarinense, juventude e movimentos sociais dirigiram falas em favor de um campus da UFFS. Segundo Bedin, o Secretário de Ensino Superior Paulo Speller, havia dito que a então aprovação do Plano Nacional de Educação, contemplaria 20 metas, sendo que uma delas era a de colocar mais 7, 5 milhões de jovens e adultos estudando no ensino superior do país.
O jovem recorda ainda que em Brasília, Speller explicou a ausência do reitor da Universidade Federal Fronteira Sul, Jaime Giolo na audiência e garantiu um ‘SIM’ a expansão para São Miguel do Oeste. “Nós não o trouxemos para este primeiro momento porque não tivemos condições de convidá-lo embora ele tenha sido presença constante nesta casa trazendo demandas da região. Mesmo assim, o projeto da universidade que tem seu nascedouro nos movimentos sociais da região e que nos foi entregue hoje pelo representante do Movimento dos Pequenos Agricultores, Charles Reginatto, e pelo secretário Executivo da Ameosc, Airton Fontana, recebe um ‘sim’ muito claro no sentido de que nós temos um caminho a percorrer e vamos construir isso juntos”.
Luta pela Universidade Federal está consolidada desde 2005 em São Miguel do Oeste. Foto de arquivo.
Depois das promessas…
Neste ano, mais uma vez, o jovem enfatiza que a pauta da Universidade Federal será levada para as ruas, no sete de setembro, durante a marcha do Grito dos Excluídos\as. “Entendemos que esse é mais um momento de grande concentração principalmente das juventudes excluídas e que querem a garantia de um desenvolvimento real para a região, onde a juventude não sirva como massa de manobra, onde exista a oportunidade concreta da juventude pobre, negra, indígena, cabocla ocupar a universidade”.
Bedin acrescenta ainda que as forças que lutam pelo campus da UFFS desde o início nunca desistiram e continuarão cobrando a instalação da federal em São Miguel do Oeste. “Ganhamos um ‘sim’ em várias instâncias e essa é a resposta dos gritos da juventude da classe trabalhadora, desses jovens que trabalham dia a dia para contribuir na renda familiar e que construíram essa região, seja no campo, nas pequenas propriedades, ou na cidade como operários. A história nos negou muita coisa, mas é essa história que vamos mudar coletivamente, quando toda a classe trabalhadora tiver consciência de que somos nós quem construímos essa nação”.
Jovens foram as ruas diversas vezes reivindicar a instalação do campus. Foto de arquivo.
Juventude luta por uma universidade diferente, onde os povos tenham acesso à educação gratuita e de qualidade. Foto de arquivo.