Espetáculo inspirado em lenda indígena das Cataratas do Iguaçu circula o País sob patrocínio do programa O Boticário na Dança
A Cia. Eliane Fetzer de Dança Contemporânea, de Curitiba, abrirá o Prêmio Desterro – 6° Festival de Dança de Florianópolis, com um compacto de 20 minutos do espetáculo “Naipi e Tarobá – A Lenda das Cataratas do Iguaçu”. A exibição inédita no Estado será dia 26 de agosto, às 19h30, no Teatro Ademir Rosa, no Centro Integrado de Cultura (CIC), antecedendo a apresentação dos primeiros grupos concorrentes do evento.
Patrocinada pelo programa O Boticário na Dança, a montagem estreou turnê nacional em junho deste ano, no Rio de Janeiro, seguindo para Recife, Manaus e, agora, a Capital catarinense. São 11 dançarinos interpretando por meio de solos, duos, trios e quartetos a história do amor proibido entre dois índios caingangues, razão pela qual uma divindade extermina uma aldeia inteira na exuberante paisagem do Oeste do Paraná. “O trabalho é contemporâneo e explora os bailarinos em um estudo coreográfico, em movimentações que transmitam a sensibilidade indígena”, explica a diretora Eliane Fetzer.
Construído a partir da mitologia local e com subsídios coletados entre estudiosos sobre tribos e na pesquisa de materiais específicos, o espetáculo mantém sob cuidado constante as características da cultura étnica, que se evidencia especialmente na trilha sonora composta por Willian San’per. Conforme Eliane, “existe uma musicalidade própria para cada momento, passando pela caça, pelo relacionamento entre os índios e até mesmo as ações religiosas”.
A invocação da força de um deus e o temor a ele são percebidos com a contraposição dos movimentos, que ora reagem intensos, ora tomados pela leveza da dor e do desespero. A organização tribal também se refletiu na criação coreográfica: “houve uma preocupação em mostrar que o homem tem mais força, tem outra atitude, e a mulher é mais submissa em uma tribo. Para equilibrar isso, o personagem do feiticeiro é uma mulher, que apresenta muita energia e descontrói esta visão”, conta a coreógrafa.
Sinopse
No imaginário popular do Oeste paranaense, os caingangues que viviam às margens do Rio Iguaçu acreditavam em um mundo governado por M’Boy, um deus em forma de serpente. Devido à sua beleza, a índia Naipi é consagrada a ele. Mas o jovem Tarobá se apaixona e decide fugir com ela. Ao descobrir o fato, M’Boy penetra nas entranhas da terra e cria uma enorme fenda, levando ao desaparecimento da aldeia e transformando Naipi em uma das rochas centrais das cataratas e Tarobá em uma palmeira à beira do abismo.
Ficha técnica
Criação e direção: Eliane Fetzer.
Direção de produção: Jorge Schneider.
Maître: Jair Moraes.
Ensaiadora: Priscila Rocha.
Figurino: Cassio Brasil.
Cenografia: Cleverson Cavalheiro.
Iluminação: Cleverson Cavalheiro e Diego Bertazzo.
Cenotécnico: Wolney Mateus.
Música: Willian San’per.
Sonoplastia: Bruno Gomes.
Elenco: Alexandra Delgado, Alexandre Calera, André Oliveira, Andressa Machado, Bruno Rocha, Cícero Adolfo, Erickson Oliveira, Isabel Munhoz, Juliano Peçanha, Malki Pinsag e Nalu Rocha.
Recomendação etária: livre.
Cia. Eliane Fetzer de Dança Contemporânea
Criada em 1990 sob a denominação de grupo de jazz, iniciou as atividades na capital paranaense com foco nos festivais nacionais de dança, tendo conquistado diversos prêmios. Em 2000, passou a produzir espetáculos autorais e a dança contemporânea foi integrada ao repertório, colocando os corpos em constante pesquisa. Com as transformações em sua linguagem, a companhia amplia seus trabalhos e ganha maiores densidade e consistência. Hoje, intensifica a preparação de seus bailarinos com aulas diárias, professores convidados de balé clássico, Pilates e pesquisa corporal.
Eliane Fetzer
Começou os estudos em dança no Rio Grande do Sul, mas foi no Paraná que cursou graduação na área pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) e pós-graduação em dança e educação física pelo Instituto Superior de Educação (Isep). Sua pesquisa com obras coreográficas teve início em 2000, com a Cia. Eliane Fetzer de Dança Contemporânea, e seus trabalhos são caracterizados pelo elenco forte e ágil.
É coreógrafa também do EF Jazz Company, grupo que desenvolve parcerias com projetos de musicais e festivais. Neste ano, foi convidada para coreografar o Abba Symphonic Musical Dance, que estreou em junho último, na Ópera de Arame, em Curitiba. Acumula mais de 180 prêmios em festivais nacionais e internacionais, entre eles, duas medalhas de ouro no Jump Convention Center (2012 e 2014), em Nova York. Desde 2007, mantém escola própria de formação de bailarinos, o Centro de Dança Eliane Fetzer.
Ingressos
A entrada custa R$ 40 (inteira), R$ 20 (estudantes, idosos, clientes Blueticket e para quem comprar antecipadamente) e R$ 10 (participantes do festival com crachá). Após o espetáculo de abertura, a sessão prossegue com a apresentação dos grupos concorrentes nos gêneros danças populares e sapateado. As poltronas não são numeradas. Venda antecipada:
– Todoesporte: Rua Felipe Schmidt, n° 249 – loja 201 – Centro Comercial Aderbal Ramos da Silva (ARS), Centro. (48) 3324-1250
– Blueticket: www.blueticket.com.br
Fonte: Calendário Floripa