Por Nadine Nascimento. “Só com homens #NãoTemConversa!” é um manifesto que tem como proposta conseguir assinaturas de homens que se comprometam a não participar de debates ou palestras sem uma presença feminina na mesa. O objetivo é garantir a participação de mulheres em eventos com produção e compartilhamento de conhecimento.
“A gente entende que o feminismo é uma luta protagonizada pela mulher, mas, ainda assim, percebemos que o homem pode ser um agente transformador importante, um aliado”, afirma Manoela Miklos, uma das idealizadoras do manifesto.
Para Manoela, as discussões sem diversidade de pontos de vista tornam-se “pobres” e “pouco plurais”. Ela ainda acredita que “quando se convida apenas homens para falar sobre determinados assuntos, só homens se constituem enquanto lideranças no tema e, desse modo, nunca teremos uma mulher que seja referência, porque não é dado a ela a primeira chance de contribuir para o debate.”
Assinaturas
Em um trecho, o manifesto propõe que sempre que alguém estiver pensando em organizar um evento, pense em nomes de mulheres para falar sobre os temas. Esse exercício, segundo o documento, permitiria que “novos valores e perspectivas sejam colocados na mesa. […] E assim vamos, aos poucos, esquecendo da imagem dos debates 100% masculinos, e abrindo nossas mentes para outros gêneros, outras cores, outras infinitas possibilidades.”
Um dos comprometidos com o #NãoTemConversa, o ativista Caio Tendolini, sempre procurou participar de debates sobre a diversidade de gênero, mas afirma que sempre sentiu uma dificuldade em realizar uma “ação propositiva para a causa” e, por isso, considera tão relevante a iniciativa. “[O manifesto] é uma forma concreta de nós homens agirmos para assegurar a diversidade de gêneros em eventos públicos no Brasil”, diz.
Com algumas semanas, a comunidade do Não Tem Conversa no Facebook já possui quase 10 mil curtidas e o site mais de 1 mil assinaturas. Personalidades como Gregório Duvivier, Alexandre Padilha e Leoni também se comprometeram.
Foto: Reprodução/Brasil de Fato
Fonte: Brasil de Fato