Brasil tem oportunidade de ser protagonista em energia solar

 

Painéis fotovoltaicos
Painéis fotovoltaicos

Painéis fotovoltaicos utilizam o silício de grau solar em sua produção.

Projeto do Instituto de Pesquisas Tecnológicas obtém silício de alta pureza e pode alavancar a indústria de energia fotovoltaica no País.

A energia solar fotovoltaica, fonte limpa e renovável, vem se afirmando na matriz energética mundial, com perspectivas animadoras para os próximos anos. O Brasil tem agora a oportunidade de ser um dos protagonistas neste mercado, entrando com condições competitivas na produção dos painéis fotovoltaicos. A boa notícia vem da finalização de um projeto inovador que o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) desenvolveu para obtenção do Silício Grau Solar (SiGS), material empregado na produção de células solares fotovoltaicas, utilizadas para a conversão da energia solar em energia elétrica.

Até o final da década de 1990, o Silício Grau Solar era obtido como subproduto da produção do Silício Grau Eletrônico (SiGE). O projeto do IPT, no entanto, desenvolveu o produto a partir de uma rota alternativa metalúrgica, que tem potencial para inovação, valendo-se da sua ampla experiência na purificação de silício e do menor custo que esse caminho propicia. Iniciou, assim, o desenvolvimento de um processo metalúrgico alternativo para a obtenção de silício de alta pureza (>99,999%).

Finalizado o projeto, o momento é de conseguir parceiros para viabilizar financeiramente o programa em escala industrial. “Com o estabelecimento de uma indústria produtora da principal matéria-prima empregada na produção de células solares fotovoltaicas, haverá condições favoráveis para projetos de implantação e expansão de indústrias fabricantes de células e painéis solares fotovoltaicos no Brasil, barateando toda a cadeia da energia solar no País”, afirma o pesquisador João Batista Ferreira Neto, do Laboratório de Processos Metalúrgicos, coordenador do projeto.

O Brasil, de acordo com Ferreira Neto, já é um dos maiores produtores mundiais de silício grau metalúrgico, com capacidade de produção de aproximadamente 200 mil toneladas a cada ano. A proposta é agregar valor a este produto com o desenvolvimento do Silício Grau Solar, que atualmente é comercializado por aproximadamente 20 dólares o quilograma. O momento é oportuno: em todo o mundo há apenas um projeto em fase industrial de produção de silício de grau solar pela rota metalúrgica, na Noruega, e a demanda por energia solar é ascendente.

Este mercado tem crescido nos últimos dez anos, em média, 40% anualmente. Embora o custo da energia solar fotovoltaica ainda seja alto, ele vem caindo rapidamente, e especialistas do setor acreditam que entre 2020 e 2030 a energia solar terá custos competitivos em relação às fontes tradicionais de energia.

O projeto do IPT, finalizado em 2014, contou com a parceria da Cia Ferroligas Minas Gerais – MinasLigas e o financiamento do BNDES. Dele resultou um doutorado, três dissertações de mestrado e duas patentes, além de diversos trabalhos publicados em revistas e anais de congressos, em investimentos que somaram aproximadamente R$ 12 milhões. Atualmente há interesse e Estudos de viabilidade financeira do IPT mostraram que uma planta com produção de 100 toneladas de silício ao ano teria, em sua fase piloto, um faturamento anual aproximado de US$ 2,1 a US$ 2,4 milhões.

Foto: IPT  em parceria com empresas para a produção em escala industrial e comercialização do produto, na forma de painéis fotovoltaicos.

Fonte: Informações do IPT / Jornal da Ciência

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