Florianópolis, 12 de julho de 2015.

Desde que assumiu este segundo mandato, Dilma Rousseff se dedica a sucessivas tentativas de “conciliação nacional” com todo o espectro da burguesia e do Congresso dominado como nunca por uma verdadeira cleptocracia política.

O resultado obtido tem sido uma ofensiva de opositores e duvidosos “partidos aliados” do governo cada vez mais violenta.

Desde a sua reeleição a presidente vem perdendo aceleradamente o apoio dos cidadãos, alcançando, atualmente, somente 9% de aprovação. E a condenação à sua condução política e econômica não se restringe somente aos setores sociais com melhor situação econômica. Entre os entrevistados que recebem até dois salários mínimos a reprovação da presidente chega a mais de 60%, num processo de crescimento da rejeição social à mandatária durante esse ano de 2015.

Esta situação é produto de uma população desinformada pela grande mídia? Sem sombra de dúvidas os grandes meios de comunicação colocam todos os seus esforços para aumentar a rejeição à mandatária.

Mas, reconheçamos também que o governo petista desperdiçou três mandatos sem impulsionar e aprovar uma profunda reforma nos meios de comunicação. Ao contrário, manteve o apoio econômico da sua publicidade a esses inimigos sigilosos e constantes da democracia popular.

O descontentamento majoritário da população com o governo provém de aspectos objetivos que comprometem a sobrevivência dos trabalhadores e dos setores mais pobres.

Segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego subiu para 8% no primeiro trimestre deste ano, o maior nível observado desde o início da pesquisa em 2012. Os dados do Ministério do Trabalho mostram que foram eliminados 97.828 empregos em abril e 115.599 em maio de 2015. Na série ajustada, no acumulado do ano, os dados mostram um decréscimo de 243.948 empregos e uma tendência ao crescimento do desemprego.

A proposta dos governos petistas em um projeto de desenvolvimento com pilares no agronegócio e na mineração a céu aberto, distante de conseguir apoio, provoca a exclusão humana na produção e agrava o índice de desocupação assim como o processo de desindustrialização no Brasil.

A economia global com forte queda do preço das matérias primas não anuncia boas oportunidades econômicas para o Brasil. A situação mundial está ameaçada pela explosão de uma nova bolha financeira. E o ajuste fiscal e a austeridade promovidos pela presidência não são um cenário favorável para suportar uma possível crise financeira internacional.

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