Apesar de estímulo do Banco Central Chinês, bolsas de Xangai e Shenzhen registraram forte queda; metade das ações foram suspensas nesta quarta. Colapso financeiro na segunda maior economia do mundo pode afetar os mercados internacionais.
O Banco Popular da China anunciou na quarta-feira (08/07) uma nova série de medidas com o objetivo de estabilizar os mercados do país. Desde o início do ano, a bolsa de valores do gigante asiático subiu mais de 100%, mas, nas últimas três semanas, as ações despencaram 30%, criando pânico entre os investidores.
Na manhã (o8/07), o governo chinês declarou que injetou maior liquidez à Corporação de Financiamento da Bolsa de Valores da China (CFS, na sigla em inglês) na tentativa de apoiar o desenvolvimento estável das bolsas do país.
Outras instituições chinesas também adotaram iniciativas semelhantes de crédito em meio à extrema volatilidade dos mercados.
Apesar dessas medidas, o índice geral da Bolsa de Xangai registrou uma forte queda de 5,9% nesta quarta. Já a Bolsa de Shenzhen também abriu na manhã de hoje em baixa de 4,44% e chegou ao meio-pregão com 3,30%.
Com a queda das duas principais bolsas de valores da nação, mais da metade das ações das empresas tiveram suas operações interrompidas.
À agência estatal oficial Xinhua, o porta-voz da Comissão Reguladora da Bolsa de Valores da China, Deng Ge, declarou que a entidade continuará a oferecer “abundante liquidez” às grandes empresas, com o intuito de fazer com que as “as transações voltem à normalidade depois do pânico dos investidores”.
No início de 2015, houve um aumento no volume de negociações muito grande, que estimulou a compra de ações na China, supervalorizando a principais bolsas como incentivo para o crescimento econômico de um país cujo PIB (Produto Interno Bruto) avançou 7% no primeiro trimestre, o pior ritmo em 6 anos. Entretanto, ainda não se sabe exatamente o motivo da queda das bolsas chinesas, que a médio prazo podem afetar os mercados internacionais.
“O que acontece na China vai ter consequências muito mais abrangentes do que aquilo que possa acontecer na Grécia ao longo das próximas semanas ou meses”, afirmou na semana passada à Bloomberg, Frederic Neumann, responsável pelo departamento de estudos econômicos da Ásia no HSBC em Hong Kong.
Foto: EFE
Fonte: Opera Mundi