Documentos vazados por WikiLeaks revelam que a NSA grampeou Hollande, Sarkozy e Chirac entre 2006 e 2012; Eliseu diz ser “inaceitável”.
O governo francês convocou na manhã desta quarta-feira (24/06) a embaixadora norte-americana em Paris, Jane Hartley, para prestar esclarecimentos sobre a espionagem feita pela Agência de Segurança dos EUA (NSA) contra três chefes de estado do país (François Hollande, Nicolas Sarkozy e Jacques Chirac), segundo informações relevadas pelo Wikileaks. O atual presidente, Hollande, deve conversar ainda hoje com seu homólogo norte-americano, Barack Obama.
Fotos:EFE
Chirac, Sarkozy e Hollande
“A França não vai tolerar nenhuma conduta que coloque em risco sua segurança e a proteção de seus interesses”, afirmou o Conselho de Defesa da Presidência em comunicado nesta quarta-feira (24/06). Segundo o Palácio do Eliseu, o escândalo de espionagem da NSA (agência de segurança norte-americana) contra três chefes de Estado da França é “inaceitável”.
Segundo o WikiLeaks, ministros e outros funcionários de alto escalão do governo francês também tiveram suas conversas telefônicas interceptadas durante mais de seis anos. Os conteúdos dessas espionagens dizem respeito à crise financeira de 2008, a dívida grega, a liderança da União Europeia, as nomeações de Chirac para a ONU (Organização das Nações Unidas) e a relação de Sarkozy com o conflito entre Israel e Palestina.
Para o Palácio do Eliseu, os compromissos assumidos no fim de 2013 pelas autoridades norte-americanas de não espionar mais os aliados “devem ser recordados e estritamente respeitados”.
Em uma nota, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que está refugiado na embaixada do Equador em Londres sob risco de extradição, disse que “os franceses têm o direito de saber que seus governantes eleitos estão sujeitos à vigilância hostil de um suposto aliado”, reportou aAnsa.
De acordo com a Reuters, a embaixada norte-americana se recusou a comentar o caso. Um comunicado do Conselho de Segurança Nacional dos EUA disse que a comunicação de Hollande não era alvo e não será, mas não afirmou se houve espionagem no passado.
Fonte: OperaMundi.