União Europeia iniciará plano militar contra imigração no Mediterrâneo

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Os 28 ministros de Relações Exteriores dos países da União Europeia (UE) irão lançar, a partir da próxima segunda-feira (22/06), uma operação naval destinada a combater “o tráfico de seres humanos” através do Mar Mediterrâneo, especialmente as travessias que partem da Líbia. A reunião dos ministros para o lançamento oficial ocorrerá em Luxemburgo.

A missão foi batizada “EU Navfor Med” e iniciará a primeira de três fases previstas no plano de ação conjunta dos países europeus. As etapas posteriores ainda terão de ser aprovadas.

Em um primeiro momento, segundo as autoridades europeias, o plano consistirá em reforçar a partilha de informação. A segunda e terceira fases da operação envolvem a interceptação e a destruição de embarcações em águas líbias.

Documentos vazados

O Wikileaks antecipou a missão, revelando, no final de maio, dois documentos confidenciais que delineiam a operação naval planejada pela UE. As diretrizes do plano foram elaboradas pelos chefes militares dos países membros da comunidade europeia.

Os documentos revelam que o alvo das operações serão as redes e a infraestrutura de transportes de refugiados. Os detalhes apontam para a intenção de destruir as embarcações utilizadas para tal fim no território líbio, impedindo que alcancem a costa europeia. O governo Líbio já se manifestou contra a possibilidade de incursões militares dentro de suas fronteiras.

A descrição das atividades inclui também a recomendação de que se elabore uma “estratégia de comunicação desde o início” para evitar que a operação tenha publicidade negativa e tenha repercussão política contrária. Organizações de direitos humanos alertaram para o risco de se colocar vidas inocentes sob perigo.

Cerca de mil imigrantes entraram na Europa em 2015. Aproximadamente 2 mil morreram tentando realizar a travessia. A maioria dos barcos parte do norte da África tendo a Itália e a Grécia como principais destinos.

 

Leia os documentos na íntegra (em inglês): https://wikileaks.org/eu-military-refugees/press.html

Foto: Reprodução/Brasil de Fato

Fonte: Brasil de Fato

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