O já consagrado FICASC – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra Catarinense acontece neste mês de setembro, pelo sexto ano consecutivo, nas cidades de Lages, Urubici, São Joaquim e Urupema, com a exibição gratuita de 26 obras cinematográficas de 5 continentes, em 20 diferentes locais nessas quatro cidades. O Festival vai além do cinema, oferecendo uma rica programação artística paralela que inclui dança, música, teatro, performance literária e exposição fotográfica, além de rodas de conversa e oficina audiovisual. “Nosso objetivo é promover a reflexão sobre as questões socioambientais e ao mesmo tempo levar cultura e arte cinematográfica para todos os segmentos de público de forma democrática e inclusiva”, diz Doty Luz, diretor do FICASC. Quem não puder participar das sessões presenciais terá a chance de assistir online dez das 26 obras da mostra no site oficial do FICASC www.ficasc.com.br
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O Festival acontece de 21 a 28 de setembro e terá sua abertura no espaço-atelier Caras do Sítio, em Urubici, um charmoso e emblemático estabelecimento que acolheu o antigo cinema da cidade, fechado nos anos 70. Neste dia de estreia, além da exibição de Pachamama, um dos filmes destaque do Festival, acontecerão várias outras apresentações artísticas empolgantes, incluindo até um divertido cortejo do grupo de Fanfarra da cidade para marcar o início do Festival.
Com a escalada de eventos climáticos, ambientais e sociais preocupantes dos últimos tempos, a curadoria do Festival foi bem criteriosa na seleção dos filmes, escolhendo temas de grande impacto na atualidade como poluição, desafios da produção agroecológica, extinção de animais, amazônia, urbanização desenfreada, realidade de povos originários, entre outros. “São obras de alta qualidade técnica e artística, com abordagens muito sensíveis e profundas”, afirma Ricardo Braga, um dos curadores do FICASC. A mostra traz filmes de classificação livre, entre curta e média metragens, incluindo documentários, animações, ficção e doc tv.
DESTAQUES DO FESTIVAL
Dentre as obras escolhidas para este ano são destaques o curta chileno Pachamama, de direção de Alejandro Valenzuela Pérez, que mostra a ligação dos povos originários dos Andes com a natureza, seu respeito e gratidão à mãe terra; o doc-tv brasileiro Grãos da História – Café, de direção de Eduardo Rajabally, um retrato da história do café no sul de Minas, mergulhando em vários personagens que devotam suas vidas para cuidar, entender e estudar a bebida mais famosa do planeta; e a belíssima ficção A Menina e o Mar, de direção de Gabriel Mellin, curta brasileiro sobre duas crianças que possuem formas diferentes de enxergar o mundo e que, através das suas conexões com o mar, nasce uma história de superação, lições e uma experiência transformadora. A programação completa com locais e horários de exibição podem ser acessados no site no www. ficasc.com.br
SESSÕES DEMOCRÁTICAS E INCLUSIVAS
No total estão programadas 31 sessões presenciais em espaços culturais, escolas públicas e instituições de ensino como UDESC, CEDUP, IFSC, SENAI e SESC, além de instituições assistenciais como APAE, CRAS e ADEVIPS (Associação dos Deficientes Visuais do Planalto Serrano). “Nossa proposta é promover a educação para a sustentabilidade, a inclusão social e a democratização do acesso à arte e cultura, por isso priorizamos estudantes de nível médio e superior e também os portadores de necessidades especiais, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade”, declara Doty Luz, diretor do FICASC.
Especialmente em Urubici, o Ficasc estará realizando sessões abertas em estabelecimentos que promovem a cultura, como o Caras do Sítio, a Casa Leta Café e Cia e a Artesabana Comida & Arte, locais anfitriões de uma robusta programação cultural com destaque para o show do Trio Choro Mulheril, grupo musical feminino de grande expressão no Estado; a performance literomusical Palavra Percussiva de autoria do Consonante Duo, e a contação de história e performance teatral “Boi de Mamão”,com Chaiene Rosa, proprietária do Urubici Teatro e Arte.
O 6o. FICASC é um projeto contemplado pelo Prêmio Catarinense de Cinema, Edição Especial Lei Paulo Gustavo 2023, através da Fundação Catarinense de Cinema (FCC). Ao longo de seus seis anos de realização na Serra Catarinense, o Festival já exibiu mais de 300 obras cinematográficas de mais de 30 diferentes nacionalidades e realizou mais de 190 sessões de cinema que impactaram um público de aproximadamente 25 mil pessoas de todas as idades.