No último ano, o número de internautas no mundo aumentou 300 milhões. Apesar da grande expansão, 4.100 milhões de pessoas continuam sem acesso à internet e a brecha digital aumenta.
Apesar da crescente expansão da internet, a brecha digital não diminuiu e, pelo contrário, aumentou, segundo revela o estudo “Estado da conectividade 2015: relatório sobre o acesso mundial à Internet”, publicado em 21 de fevereiro por internet.org, a organização não governamental criada pelo fundador do Facebook, Mark Zuckerberg.
Segundo os dados do relatório (ver infografia abaxio), 4.100 milhões de pessoas ainda não têm acesso à internet – cerca de 57% da população adulta. A população mundial aproxima-se rapidamente dos 7.500 milhões de habitantes.
Entre 2014 e 2015, o número de internautas aumentou significativamente de 2.900 milhões para 3.200 milhões (mais 300 milhões num ano).
Há várias razões para a percentagem da população com acesso à internet ainda ser apenas de 43%, nomeadamente dificuldades e desigualdades técnicas, geográficas e económicas.
Infografia do relatório “Estado da conectividade 2015″
Em primeiro lugar, a falta de cobertura. Há 1.600 milhões de pessoas que vivem em locais sem qualquer tipo de ligação à internet.
Em segundo lugar, o custo do acesso à rede, agravado nos casos de ligação tecnicamente mais difícil. 2.700 milhões de pessoas vivem em pontos do globo sem acesso terrestre à internet e isso torna a ligação muito mais cara – três vezes mais cara, em média.
Para lá das questões técnicas e económicas, existem outras razões, que dificultam o acesso à rede, nomeadamente, a falta de conteúdos em determinados idiomas. 58% da população mundial tem como língua materna um dos mais de 55 idiomas que contam com menos de 100.000 artigos publicados na internet.
Além disso, no mundo há mil milhões de pessoas que não sabem ler ou escrever. cerca de 60% dos 4.100 milhões, segundo o relatório, nem sequer entendem o que significa a internet, nem sabem como a utilizar.
Existem também outras razões de índole social e cultural, o relatório destaca que nos chamados ‘países em desenvolvimento’ as mulheres têm 25% menos oportunidades do que os homens, para se ligarem à internet.
O agravamento da brecha digital é ainda provocado por outros fatores, como as dificuldades de acesso a ligações da alta velocidade, tanto por razões técnicas como económicas. A chamada rede 4G só está acessível a menos de 10% do planeta, segundo refere Manuel Moreno, neste artigo.
Fonte: Esquerda.net