5 Parada da diversidade

Por Lirous K’yo Fonseca Ávila, de Florianópolis, para Desacato.info.

Fotos: Jackson Adriano.

Aconteceu no dia 28 de Fevereiro de 2016 a 5° Parada da Diversidade de São José sob a organização do ativista e militante LGBT Ricardo Medeiros. Com o tema pautado no debate atual que firma que: Sim! Orientação Sexual e Identidade de Gênero Ensinam-se na escola!

Com a escolha do tema palpável e não utópico e vago como acontece em diversas Paradas, foi frisado diversas vezes o descontento com o golpe fundamentalista que tenta forjar uma possível ditadura de ideologia de gênero para destruir as famílias tradicionais brasileiras: Diferente do que se espera de uma “Parada gay” nos moldes atuais. A que ocorreu em São José no estado de Santa Catarina foi uma Parada da Diversidade inclusiva e Politizada. Diferente do fiasco que aconteceu no ano anterior em Florianópolis, esperamos que este ano tomem a Parada da Diversidade de São José como um exemplo. “Sabe aqueles vereadores que votaram contra a discussão de gênero na escola? Então, eles são contra vocês, e não merecem os seus votos, fiquem atentos” grita Ricardo Medeiros.

Assim como no bloco Vexame, foi dito inúmeras vezes que ninguém ali estava querendo se promover politicamente, que só gostaria de respeito.

Diversas autoridades e militantes estiveram presentes, os carros todos saíram com palavras de ordem e militância. Foram três grandes carros de som e luz que animaram o trajeto que cortava o centrinho do bairro Kobrasol. Foi contado como surgiu às paradas ao redor do mundo, as leis que asseguram os direitos LGBT entre o som de muita música.

A estrutura do evento contou com a participação do “Vexame” aquela mesma do bloco de carnaval que aconteceu em dois no carnaval de Florianópolis, ficaram a postos a equipe de “food trunks” organizado pela Rose Nogueira. Com preços acessíveis e muitas variedades para satisfazer a população participante do evento.

Havia banheiros coletivos e um dos carros sinalizava as pessoas para tomarem conta do espaço público, não sujarem a rua e conservarem os espaços por onde passavam. O público estava consciente.

Foram entregues preservativos, lubrificantes, materiais turísticos e informativos a respeito da prevenção as DSTs/HIV/AIDS e HV sendo fornecidos.

Muitos DJ se apresentaram na concentração para animar a galera que esperava pelo início do trajeto da Parada, inclusive teve o show ao vivo de Billy Rezk que contou o drama pela falta de apoio e reconhecimento no cenário musical. Por apostar no público LGBT, alguns apoiadores preferem apoiar as pessoas mais discretas e não aqueles que pensam na inclusão de todos como de travestis e transexuais. “Sou gay assumido e não tenho o porquê esconder isso.” Disse Billy Rezk em cima do trio elétrico.

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A festa ficou marcada por diversos shows, trago em destaque a DJ Fabrizia de Souza (ADEH), primeira DJ travesti do país que enrolada em uma bandeira trans, também proferiu diversas palavras de amor e ordem. Ela trouxe a tona o Hino Alone de Maya, muito aclamado pela comunidade LGBT.

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Ao cair à noite, os carros de som e luz se partiram para o seu trajeto. Personalidades locais LGBT abrilhantaram a pista e divertiam por onde passavam, Jhennifer Pouca Roupa e Soraya Outback chamavam a atenção por onde passavam.

A convite, magnificas atrações ficaram responsáveis de fazer o encerramento da parada no palco principal, Ricardo Medeiros lembrou a importância da presença da ativista trans Lully Fashion que apresentou o evento, além do seu trabalho performático, confecciona perucas para pessoas que sofrem com o câncer.

Paula Bencini conhecida pelo hit MASOCHIST fez o show no palco ao vivo, levantando todos aqueles que já esperavam a sua apresentação de sucesso.

Um dos dez homens mais importantes no cenário mundial LGBT esteve presente, o Antropólogo Dr. Luiz Mott do Grupo Gay da Bahia, que com sua animação, não deixou de agitar o povo que seguia o carro. Com falas politizadas, ele conseguiu misturar diversão com informação arrancando gritos da galera.

O cerimonial deu inicio ao cair da noite e foi feito em conjunto com os militantes do movimento social LGBT, Maryanne Mattos dividiu o cerimonial com Lirous K’yo Fonseca Ávila (ADEH) e Fabricio Lima (ROMA) que contaram um pouquinho da história do Inbradis – Instituto Brasileiro da Diversidade Sexual.

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Um dos momentos mais emocionantes do trajeto da parada aconteceu quando Caê Martins que animava o primeiro carro percebeu a manifestação das pessoas através das luzes de seus apartamentos que piscavam sem parar. Ele pediu que as pessoas que fossem a favor da diversidade e respeitasse Gays, Lésbicas, Travestis, Transexuais, Bissexuais, piscassem as luzes também. Para nossa surpresa e a Avenida do Kobrasol ficaram tomados de prédios que piscavam as luzes, inclusive os centros comerciais.

A cobertura das imagens solicitadas pela ADEH ficou sob a responsabilidade do cinegrafista Matheus Martins, também presidente da Desdobrando Arte e o fotógrafo Jackson Adriano.

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