Por Elenira Vilela, para Desacato. info.
Hoje completa 1 ano da maior greve geral da história do Brasil. Esse foi o auge, mas não o início e nem tampouco o fim das mobilizações do último período.
Milhões de brasileiros e brasileiras não foram ao trabalho, mas foram às ruas em todo o país para lutar em defesa de seus direitos, da democracia e da soberania do Brasil. Impusemos um prejuízo bilionário aos nossos algozes e essa é a forma de fazê-los recuar, o bolso não é a única, mas é, sem dúvida a parte mais sensível de seus corpos.
Houve muitas lutas depois e ainda estamos barrando a Reforma da Previdência, estratégica ao projeto do golpe.
Mas não tivemos trégua e o golpe avança, a ditadura e a exceção avançam sobre nós. Assassinatos, mortes, chacinas ou tentativas, prisões arbitrárias e conivência ou ação estatal na quebra da Constituição Federal.
Nosso país vai sendo entregue comercial e estrategicamente a interesses estrangeiros com a entrega de usinas de petróleo da Petrobrás, com a entrega dos serviços públicos municipais, estaduais e federais para terceirização ou Organizações Sociais, com a retirada de direitos e autorizações para Estados e empresas estrangeiros e nacionais explorarem setores diretamente relacionados com a Soberania, como no caso de segurança, emissão de moeda, soberania alimentar, diretrizes educacionais, comunicações e até atividades militares.
Não dá para lutar de maneira isolada contra um ou outro desses aspectos, não são isolados, são todos parte de uma ação articulada para recolocar de joelhos (e a maioria de nossos países sequer chegou a ficar de pé) toda a América Latina. As táticas são diferentes para a mesma receita: impedir governos minimamente comprometidos com as populações de governar. As vezes é o boicote e a sabotagem, a difamação nos meios de comunicação vendidos, a intervenção militar, os golpes judiciais e midiáticos, a manipulação de eleições, a suspensão ou invalidação de eleições, a cassação ilegítima de líderes populares, dar voz e empoderar o fascismo e o ódio… Tudo isso foi e está sendo feito em nossa região em doses diferentes, mas sempre a interesses dos grandes conglomerados empresariais e financeiros do mundo, particularmente no interesses das indústrias de petróleo dos EUA.
Teremos uma longa, dura e árdua luta para defender nosso povo da fome, da morte, defender liberdades e direitos, defender soberania e autonomia, defender a vida!! Já começou e não vai parar.
Nenhuma luta exclui outra, mas todas precisam entender qual o campo estratégico e qual a questão que unifica e articula todas estas. Hoje, no Brasil e na América Latina, há uma ampla compreensão de que a questão da libertação de Lula, o maior líder da região e levar até o fim a luta pelo seu direito de ser candidato é o ponto de unidade e a maior chance de inflexão nesse processo regional que temos. Não pelo Lula como pessoa, mas pelo quanto ele representa internacional e nacionalmente de peso político na luta pela democracia e liberdade de todxs!
Temos que organizar novas greves gerais, para revogar o congelamento de investimentos públicos, a entrega do patrimônio nacional, a defesa da democracia e da Constituição de 1988 e pela libertação dos presos políticos de nosso país.
De maneira nenhuma podemos nos iludir que as eleições serão o fim do processo, mas também não podemos desconsiderar que é o ponto de inflexão. A luta continuará e não passa somente por campanhas, mas sem dúvidas a um conjunto de lutas de resistência das mais diversas categorias e setores sociais, como mulheres, indígenas e quilombolas, juventude, educadores e trabalhadorxs da saúde e assistência, o sindicalismo em geral, das quais as campanhas dos verdadeiros políticos comprometidos com o povo e o futuro tem a obrigação de se articular e dar voz.
A violência dos ataques de Estado à mobilização em Brasília, em defesa da UNB e em Florianópolis em defesa da rede pública de atendimento de saúde, educação e assistência, além dos ataques de ódio (mas não irracionais) à caravana de Lula e hoje ao acampamento Marisa Letícia de apoio à vigília #LulaLivre em Curitiba a tiros demonstram a que estão dispostos nossos inimigos. Mas também demonstra a efetividade e a importância dessas e de tantas outras lutas que estamos travando. Nossos inimigos nos atacam porque nos temem. Todos os partidos de esquerda estão crescendo, o PT, o maior deles, já passou de 2,1 milhões de filiados e tem alcançado a impressionante média de mais de 200 filiações por dia. E fenômeno parecido em proporções menores tem acontecido com PSOL e PCdoB, entre outros partidos de esquerda. A população, apesar da campanha da mídia golpista, está entendendo quem realmente está ao seu lado.
E das ruas não sairemos até recuperarmos nosso país roubado!!
Sempre na luta!!
Só a luta muda a vida!
Só quem luta pode vencer!
Todxs à Curitiba nesse Primeiro de Maio, o dia Internacional de Luta dos Trabalhadores!!!
Será o Dia Internacional de luta e unidade em defesa do Brasil e da América Latina!
De luta por Direitos e Democracia para nós!
Luta pela liberdade de Lula e por seu direito a ser candidato!!
#LulaLivre
#PorDireitosEDemocracia
#AtéAVitóriaSempre
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Elenira Vilela é professora e sindicalista.