Marcada para o dia 12 próximo, a sessão que poderá livrar o país de um dos mais ardilosos parlamentares da sua história poderá dar em coisa alguma. Mais de duas centenas de deputados federais se esquivam e não confessam que irão votar pela preservação do mandato de Eduardo Cunha. Apenas três, dos mais fieis colaboradores do deputado afastado, confessam publicamente que o compromisso com o parlamentar e motivos inconfessáveis são mais fortes do que o desejo da opinião pública de limpar a política. São eles: Arthur Lira (PP-BA), Carlos Marun (PMDB-MS) e João Carlos Bacelar (PR-BA).
Eduardo Cunha recebeu recentemente uma denominação das mais felizes: “desfrutável”. Foi como o senador Roberto Requião (PMDB/PR) o chamou por conta da sua disposição em atender os interesses golpistas que prosperaram no país. Mas, ao fazê-lo, Cunha desenhou na sua cabeça uma trajetória pessoal que não se confirmaria: viraria presidente da Câmara e, como tal, presidente interino da República na ausência de Michel Temer. Esqueceu, como diria um futebolista atento, de combinar com os russos.
Envolvido em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, Cunha foi rapidamente destronado do posto pelo STF. O mesmo órgão que irá analisar se ele agiu por desvio de finalidade ao aceitar o pedido de impeachment de Dilma Rousseff. O Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já disse no seu parecer que não. Para Janot, Cunha estava imbuído do mais legítimo e louvável espírito republicano. Vá entender!!! Há coisas, no Brasil, que não se explica – embora se pergunte e se morra aguardando resposta.
Entre os parlamentares que fogem da resposta, se irão ou não votar a favor do impeachment de Cunha, alguns nomes clássicos. São os que encarnam a política rasteira da qual parte da sociedade quer se livrar. Veja quem são os deputados do Rio que escondem o voto – para não confessar que votarão a favor de Cunha:
Jair Bolsonaro
Alexandre Vale
Alexandre Serfiotis
Altineu Côrtes
Áureo
Celso Jacob
Celso Pansera
Cristiane Brasil
Deley (ex-jogador de futebol)
Felipe Bornier
Fernando Jordão (pode se ausentar)
Francisco Floriano
Jair Bolsonaro (alguma surpresa?)
Júlio Lopes
Luiz Carlos Ramos
Marcelo Matos (pode se ausentar)
Marquinho Mendes
Paulo Feijó
Roberto Sales
Rosangela Gomes
Simão Sessim
Walney Rocha
Washington Reis – este, foi votar a favor do impeachment de Dilma acamado, lembra? Pois é.
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NdaR – Caso algum parlamentar se julgue injustiçado por ter seu nome nesta lista pode entrar em contato com Conexão Jornalismo através do e-mail:
NdaR 2 – Surpreende como há nomes de parlamentares praticamente desconhecidos do grande público. Isso tem algumas explicações: alguns substituem deputados que saíram em campanha. Mas há também aqueles que preferem o anonimato para agir nos bastidores. Por isso o eleitor deve ter inteira responsabilidade na hora de escolher vereadores (na próxima eleição) e deputados e senadores na próxima. Limpar as casas legislativas é uma função do eleitor.
Fonte: Conexão Jornalismo.