17 de abril de 1996. 19 sem-terra brasileiros que ocupavam um latifúndio são chacinados pela polícia na cidade de Eldorado dos Carajás, no estado do Pará. No mesmo dia, estava acontecendo a Segunda Conferência Internacional da Via Campesina, no México. Os companheiros decidiram prontamente que a data passaria a ser o Dia Internacional de Luta Campesina.
Neste ano, o dia de mobilização e resistência tem como palavra de ordem a luta “contra a acumulação e pela recuperação da nossa terra e nossos territórios”. As ações acontecem em todos os continentes.
Em uma convocatória, a Coordenação Latino-Americana de Organizações do Campo – CLOC/Via Campesina declara que o imperialismo está cada vez mais forte no continente, associado ao agronegócio e à mineração a céu aberto.
A produção de agrocombustíveis e transgênicos desgasta a terra, agrava a crise climática e acaba gerando o deslocamento forçado dos camponeses a grandes cidades, onde farão parte dos estatísticas de pobreza.
A invasão de empresas multinacionais saqueia recursos naturais e impõe monoculturas. Sem diversidade, os camponeses não têm como se alimentar. O uso de agrotóxicos envenena a terra e as populações, pontua a Convocatória.
Frente a tantas adversidades, a CLOC reafirma a importância da luta de camponeses, povos originários e afrodescendentes, lembrando que há séculos a América Latina resiste às invasões.