Para procuradora-geral, a BP recebeu “a punição que merece”; vazamento foi o maior desastre ambiental da história do continente
A procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, anunciou nesta segunda-feira (05/10) que a transnacional britânica de energia BP (British Petroleum) irá pagar uma multa de US$ 20,8 bilhões pelo vazamento no Golfo do México, em abril de 2010, no que se tornou o maior desastre ambiental da história dos EUA.
“A BP está recebendo a punição que merece, enquanto também fornece uma compensação crítica pelos danos causados ao meio ambiente e à economia da região do Golfo”, declarou Lynch. Segundo ela, a punição deveria motivar a BP e outras empresas do ramo a “tomar todas as medidas necessárias” para evitar outro desastre dessa proporção.
Loretta Lynch anunciou nesta segunda-feira (05/10), em Washington, a multa de US$ 20,8 bilhões para a British Petroleum
A quantia recorde do acordo será paga durante 18 anos e corresponde a uma série de infrações, como danos aos recursos naturais de cinco Estados norte-americanos (Louisiana, Mississippi, Alabama, Flórida e Texas) e a violação da lei federal de limpeza da água. A BP já havia pago US$ 5,8 bilhões a pessoas e negócios afetados pelo vazamento.
Segundo o acordo, o dinheiro da multa irá financiar reparos socioambientais dos Estados e municípios atingidos pelo desastre.
O valor divulgado hoje é superior ao anunciado em julho deste ano, de US$ 18,7 bilhões.
O vazamento na plataforma Deepwater Horizon durou 87 dias e resultou na morte de 11 pessoas. Ao todo, o volume de 4,9 milhões de barris de petróleo foi derramado no oceano e mais de 2.000 quilômetros da costa dos EUA foram atingidos.
México
Por outro lado, os pescadores mexicanos dizem não ter recebido sequer entésimo do valor e o governo do país negou qualquer ação legal contra a empresa.
Por essa razão, um grupo de 25 mil pescadores apresentou uma demanda em tribunais norte-americanos para receber indenização semelhante à que fora paga no país vizinho. Trata-se da primeira demanda de um coletivo não norte-americano apresentada contra a empresa.
“Não é possível que a compensação tenha se limitado ao território dos Estados Unidos e não se estenda ao golfo do México. Há pelo menos 30 espécies migratórias que compartilhamos com os Estados Unidos e os danos são enormes aqui”, disse Horacio Polanco, representante legal dos pescadores no México.
Foto: EFE
Fonte: Opera Mundi