‘Zumbi assombra quem?’: livro discute universo negro visto pelos olhos de uma criança

Por Junião.

O escritor e historiador Allan da Rosa lança a sua segunda obra infanto-juvenil e o nono livro de sua carreira. Publicada pela Editora Nós, ‘Zumbi assombra quem?’ traz as descobertas de Candê, menino curioso sobre sua história e descendência africana. Unindo questões que envolvem raça, classe, ancestralidade e infância, o título chega ao público às vésperas do Dia das Crianças e próximo ao mês da Consciência Negra.

De acordo com a sinopse, o enredo flui com personagens inusitados e cenários que vão de quintais a botecos. Pelos olhos do menino, surgem mistérios, alegrias e medos de Zumbi ao lidar com questões que desafiam seu povo há séculos. “Zumbi é um tipo de monstro fedorento caindo aos pedaços ou um guerreiro pensante que mora nos vãos da terra?” A pergunta que martela a cabeça do garoto direciona diálogos com o seu Tio Prabin, com a sua Mãe Manta e, em sonhos e lembranças, com a sua Vó Cota Irene, todos moradores de um bairro periférico.

O livro discute a História do Brasil, o cotidiano de uma família preta e periférica e seus reflexos, como o impacto do racismo no dia a dia, o genocídio da juventude negra, a violência policial e, principalmente discussões ligadas à construção e modelo de paternidade. Aliás, segundo o autor, foi um livro pensado para seu filho. “Precisei, tanto por meio de historinhas, quanto de estudo da história, apresentar positividade a ele. Na minha busca, eu não queria apresentar só heróis infalíveis e idealizados, mas também as contradições da nossa história. Isso aparece nos diálogos do Tio Prabin com o menino Candê”, conta o escritor Allan da Rosa.

As imagens e cores do livro são de Edson Ikê, ilustrador e designer com uma produção artística marcada por sua intensa pesquisa que dialoga com as expressões da diversidade, da educação emancipadora e da beleza da simplicidade. A xilogravura é a base estética de suas produções. Também ilustrou os livros “No balanço da Maré” e “Sofi a pipa bailarina”.

Fonte: Ponte

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