Zuckerberg nega pressão para deixar o cargo

Foto: Divulgação

Após o Facebook admitir que dados de 87 milhões de seus usuários foram compartilhados de modo inadequado com a empresa de consultoria Cambridge Analytica, o presidente da rede social, Mark Zuckerberg, se viu obrigado a fazer um novo pedido de desculpas aos usuários, admitindo os erros cometidos e prometendo não repeti-los.

Durante uma teleconferência na quarta-feira 4, Zuckerberg afirmou que não estava ciente de discussões no conselho da empresa sobre sua saída do comando do grupo.

Ele disse que assume a culpa pelo vazamento de dados, que gerou revolta entre usuários, anunciantes e políticos, mas reafirmou que ainda é a pessoa certa para liderar a companhia que ele mesmo fundou.

Zuckerberg não pode ser simplesmente demitido da empresa, uma vez que ele é o acionista majoritário. A única maneira de ele deixar o comando da rede social seria por meio da renúncia.

Segundo Zuckerberg, sua empresa não percebeu “nenhum impacto significativo” na utilização da rede social ou nas vendas de anúncios desde o início do escândalo. Ele acrescentou, porém, que “não é bom” que os usuários se sintam infelizes com a plataforma.

“Quando se cria algo como o Facebook, algo sem precedentes no mundo, é claro que erros serão cometidos”, afirmou, acrescentando que o mais importante é aprender com esses erros.

Ele disse que não demitiu ninguém em razão do escândalo, e tampouco planeja fazê-lo. “Não penso em jogar ninguém na fogueira por causa dos erros que cometemos aqui”.

Zuckerberg  conclui, no entanto, que sua empresa deveria ter feito mais para avaliar e supervisionar desenvolvedores de aplicativos como os contratados pela Cambridge Analytica em 2014.

“Sabendo o que sei hoje, é claro que deveríamos ter feito mais”, avaliou o fundador do Facebook. “Estamos ampliando nossa perspectiva sobre nossa responsabilidade.” 

Zuckerberg de saída?

Em março relatos na imprensa norte-americana e britânica revelaram que a Cambridge Analytica tinha acessado dados de 50 milhões de usuários do Facebook no desenvolvimento de técnicas para beneficiar a campanha eleitoral do presidente Donald Trump em 2016.

Mais tarde, o Facebook confirmaria que o vazamento foi maior do que o calculado inicialmente, atingindo 87 milhões de usuários, na maioria nos Estados Unidos

O escândalo transformou o Facebook em alvo de investigações de autoridades reguladoras e promotores públicos nos EUA e em outros países, que convocaram Zuckerberg para se explicar.

O fundador da rede social irá ao Congresso americano no próximo dia 11 de abril, onde responderá às perguntas dos membros do Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Representantes sobre o “uso e a proteção dos dados dos usuários da companhia”, segundo indicou o comitê em comunicado.

A revista Wired, uma das principais publicações do setor tecnológico, afirma que a renúncia de Zuckerberg abriria a possibilidade de um segundo capítulo para ele e para a empresa, afirmado que poderia até recuperar a reputação da rede social e “trazer benefícios ao planeta como um todo”.

“A renúncia de Zuckerberg apertaria o botão de ‘reset’ no Facebook”, afirmou a revista.

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