Wifi e telefones celulares aumentam o risco de aborto espontâneo em 270%

O WiFi e os telefones celulares aumentam em quase três vezes o risco de aborto espontâneo durante a gravidez. Estes são os resultados de uma pesquisa realizada na Califórnia com 900 mulheres grávidas e publicado pela Scientific Reports, uma revista do grupo Nature.

Nas mulheres mais expostas a radiação não-ionizante dos campos eletromagnéticos, o risco de aborto aumentou em 270%. A literatura sobre o tema é escassa e também o último estudo publicado na Scientific Reports tem os seus limites metodológicos. Porém, por suposto, as dúvidas plantadas por esta pesquisa são extremamente sérias para serem ignoradas. O problema é que esta radiação não-ionizante, a que estamos expostos tanto quando estamos acordados como quando estamos dormindo (por exemplo, com os tablets e smartphones que colocamos nas mesinhas ao lado da cama) podem não ser tão inofensivos como muitas pessoas seguem afirmando. A IARC (International Agency for Research on Cancer) já inclui os dispositivos na lista de possíveis cancerígenos.

 Além disso, segundo alguns resultados da pesquisa, a exposição a radiação não ionizante produzida pelos campos magnéticos triplicaria o risco de aborto. O wifi e os celulares aumentariam significativamente o risco de perder o bebê.

A radiação não-ionizante dos campos magnéticos se produz quando se liga um dispositivo elétrico e a corrente “flui”. Desta forma, as fontes possíveis são, por tanto, os dispositivos elétricos em geral – os transformadores, os dispositivos wifi (celulares e tablets) e as redes wifi.

Embora exista uma vasta literatura sobre o dano que há por de trás das radiações ionizantes, pouco se tem publicado a respeito das radiações não-ionizantes na saúde humana. Por esta razão, o estudo do Kaiser Permanente, financiado pelo Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental, tem sua própria importância, também destacou o portal de informação de saúde NewspapperHealth

No estudo participaram 913 mulheres grávidas inscritas no Kaiser Permanente no Norte da Califórnia, para todas fora pedido que usassem um dispositivo especial de monitoramento de radiação por 24 horas consecutivas, durante um dia “típico” (comparado com as atividades diárias realizadas pela mulher) durante o período de gravidez.

 10.4% das mulheres inscritas no estudo tiveram um aborto, depois de todos os possíveis fatores de complicação (abortos previstos, consumo de álcool, consumo excessivo de café, febre ou infecções maternas, etc.), os autores concluíram que as mulheres expostas a altos níveis de radiação não ionizante apresentaram, em comparação com as mulheres expostas a um nível inferior de radiação, um risco de aborto quase três vezes maior (RR 2,72).

A principal limitação deste estudo é a medição objetiva da exposição a radiação não ionizante, obtida mediante um detetector EMDEX (Enertech Consultants Inc.) durou apenas um período de 24 horas, e não durante toda a duração da gravidez.

Porém a questão de que as radiações não-ionizantes impõe um risco a gravidez continua e este estudo foi precedido por outros quatro, publicado nos últimos 15 anos, que chegam as mesmas conclusões.

“Dada a natureza da onipresença da exposição a esta radiação não-ionizante”, os autores concluem, “inclusive um pequeno aumento no risco inerente a exposição poderia ter consequências inaceitáveis para a saúde das mulheres grávidas”. Além de estimular novas pesquisas neste campo, os autores acreditam que os resultados deste estudo deveria ser comunicado para as mulheres, para que as mesmas tenham consciência do risco ambiental, que é em grande média desconhecido e potencialmente muito importante.

Leia o artigo original aqui. 

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