Volta às aulas: jogar decisão nas mãos das unidades é populismo e desrespeito com a vida!

Sintrasem.- O secretário de Educação Maurício Pereira encaminhou na quinta (8/10) mensagem aos diretores informando-os que a decisão do retorno às atividades presenciais será delegada a cada unidade, tirando toda a responsabilidade das costas da prefeitura e transferindo-a de forma injusta e descoordenada para os trabalhadores.
A decisão da prefeitura – que já é comemorada por setores da mídia e pelos empresários da educação privada – gera um risco grave à segurança dos trabalhadores e de toda a comunidade escolar.
Numa estratégia populista, a PMF agora tenta terceirizar sua responsabilidade aos trabalhadores e às famílias, ao invés de tomar decisões de caráter estritamente científico, com base em dados concretos e acompanhamento das autoridades de saúde.

Os dados da própria PMF não mostram um cenário de retomada. Nesta quinta-feira (8/10), por exemplo, o município registrou o maior número de novos casos desde julho, somando 788 casos ativos e 9.728 em análise, mostrando que a pandemia não está superada.
Este número só vem crescendo mesmo sem o governo garantir testagem em massa da população – apenas a régua usada para medi-la é que foi alterada.
A portaria 592/2020 SES estabelecia que mesmo com a classificação do território em risco moderado, não haveria retorno de atividades presenciais na educação. Agora, a nova portaria 778/2020 publicada em 6 de outubro, libera as atividades a partir da classificação de risco alto, demonstrando uma enorme contradição científica e uma decisão política para tentar justificar um retorno dentro de uma normalidade que não existe.
A última classificação publicada pelo governo do estado registrou apenas uma alteração na região do Vale do Itajaí, que piorou situação saindo da classificação de risco alto para grave com o aumento do número de casos.
Professores e diretores não são especialistas em saúde pública e não tem a caneta do prefeito para tomar decisões com tamanha complexidade. Uma decisão errada agora pode levar não só a um retrocesso na pandemia – gerando ainda mais dificuldades para as famílias –, mas também a ainda mais mortes e tragédias.
Decidir sobre a vida dos trabalhadores, das crianças e dos estudantes não é uma questão “de opinião”. Não estamos lidando com uma divergência política ou ideológica, como a PMF tenta fazer parecer, mas com uma pandemia que já matou quase 150 mil pessoas no Brasil e mais de 1 milhão mundo afora.
Não aceitaremos o retorno sem condições sanitárias! A categoria está em estado de greve, conforme deliberação de assembleia e contra esta decisão demagoga. Com assembleia marcada com deliberação de greve se o retorno das aulas for encaminhado nesse cenário que não garante nenhuma segurança sanitária para esta medida.
Ano letivo se recupera; vidas não!

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