Vidas Secas. Feliz aniversário, Graciliano! Por Edna Garcia Maciel.

 

Foto editada pela autora. Florianópolis, out., 2020.

Por Edna Garcia Maciel, para Desacato.info.

 O DESCOBRIMENTO

 Abancado à escrivaninha em São Paulo

Na minha casa na rua Lopes Chaves

De sopetão, senti um friúme por dentro.

Fiquei trêmulo, muito comovido

Com o livro palerma olhando pra mim.

Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!

Muito longe de mim,

Na escuridão ativa da noite que caiu,

Um homem pálido, magro de cabelos escorrendo nos olhos

Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,

Faz pouco se deitou, está dormindo.

Este homem é brasileiro que nem eu…

Mário de Andrade[i]

Graciliano Ramos (1908-1953)

Vidas Secas (1994)[ii] é um livro tocante. Foi escrito de forma que cada capítulo tem existência própria: o leitor pode escolher qualquer um deles e iniciar a leitura. O primeiro capítulo repete-se no último, tal como se fosse um ciclo, o da seca nordestina, e os capítulos intermediários constituem elos que formam um todo harmônico, de valor indiscutível. A história é narrada na terceira pessoa, o que proporciona ao escritor “liberdade de movimentar seres de sua criação”[iii] Sua trama é construída por monólogos de poucos personagens, mas que revelam, magistralmente, contradições do mundo em que vivem.

A leitura parece simples. Mera ilusão. Graciliano Ramos não é apenas contador de histórias, e esse não é um livro que cede seus encantos de uma vez – é preciso lê-lo devagarinho. Ramos faz uma crítica radical à sociedade, mas sutilmente, sem perder a ternura e, também, com compaixão imensa pelos viventes que corajosamente lutam para traçar seus destinos em condições adversas.

O autor começa a história das vidas secas com retirantes que fogem de uma arrasada. São seis viventes: o papagaio, a cachorra Baleia, Fabiano, o pai, Sinhá Vitória, a mãe, o Menino maior e o Menino menor. Exaustos e famintos, os personagens estão descansando nas areias de um rio seco. Sinhá Vitória, acocorada e absorta em lembranças que nada têm a ver com a situação, é despertada por um grito áspero. “Era o louro que aboiava tangendo um gado inexistente, e latia arremedando a cachorra”[iv]. De volta à realidade, Sinhá Vitória constata que por ali não há comida, sequer raízes. De repente, resolve aproveitar o louro como alimento, único recurso imediato para livrá-los da morte. Baleia janta os pés, a cabeça e os ossos do amigo papagaio, sem remorso.

Mas, Sinhá Vitória, sentindo-se culpada pelo feito, justifica-se. Declara a si mesma que o louro era mudo, um inútil. Não sabia nem falar! Depois daquele desastre, viviam ainda mais calados e raramente soltavam alguns monossílabos. Um papagaio mudo! Espantosa alegoria à miserabilidade humana em que o analfabetismo é um detalhe ainda hoje. Como o papagaio poderia aprender numa família quase muda? Sua única professora fora a cachorra Baleia, que latia ajudando o vaqueiro Fabiano juntar gado.

Os viventes esfarrapados, taciturnos e doídos, precisam continuar a caminhada. De repente, avistam um pedaço de uma cerca. Animados, pensam que haviam encontrado um lugar para viver. Mas, a cerca era de uma fazenda provisoriamente abandonada. Fabiano sobe num mourão da porteira a fim de enxergar mais longe. Constata que não há sinal de vida ao redor, “somente a catinga branqueada pelas ossadas de um lado, e do outro, pelo negrume dos urubus. Miudinhos, perdidos no deserto queimado, ficam receosos de perder a esperança que os alentava”[v].

Assim, alojam-se numa camarinha[vi] da fazenda. Fabiano se achava como a bolandeira[vii] do seu Tomás, um antigo patrão. Ele se odiava e odiava a bolandeira, não sabia bem o porquê. Só pensa que ele e sua família pareciam ratos amontoados num quarto escuro e pequeno. Fabiano humilha a si mesmo considerando que ele não é um homem, mas “apenas um cabra ocupado em cuidar das coisas dos outros. Estremece, por sentir-se “plantado em terra alheia”, e, desse modo, sujeito à brutalidade do dono da fazenda[viii].

De fato, seu patrão atual só aparecia para achar tudo ruim. O gado aumentava, o serviço era feito, mas o proprietário berrava com Fabiano. Ele ouvia as represálias com o chapéu de couro debaixo do braço. Prometia melhorar o que não precisava ser melhorado. Tudo ao redor era seco, o patrão “era seco, espinhoso como um pé de mandacaru, arreliado e ladrão”[ix]. O vaqueiro não tem um salário. Trabalha na forma de uma obscura parceria. Recebe uma parte do gado e das cabras. O patrão ladino o expropria escancaradamente por conta de uma dívida impagável, sempre acrescida de juros, que não lhe sobra quase nada. Mais ainda, quando deixasse a propriedade, teria de devolver o gibão, o chapéu de couro, enfim, todos os acessórios necessários ao seu trabalho de vaqueiro. Fabiano sente que é “uma coisa da fazenda, um traste, que seria despedido quando menos esperasse?[x]. Fabiano interroga-se: Será que sua sina é correr mundo como um judeu errante?

Fabiano é ruivo e de olhos azuis[xi], mas tem a aparência de um bicho capaz de vencer dificuldades. Vivia longe dos homens. Só se dava bem com animais. “Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele e falava uma linguagem cantada, gutural e monossilábica que o ‘companheiro’ entendia”[xii]. Fabiano utilizava a mesma linguagem com pessoas. Não dominava as palavras.

Tempos depois, eventualmente instalado em um lugar sem patrão, Fabiano precisou ir à cidade comprar mantimentos. Já estava pronto para partir quando apareceu um soldado amarelo que o convidou para jogar baralho num boteco. Fabiano hesita, mas é obediente e aceita o convite. Os dois perdem dinheiro para os companheiros do boteco. O soldado fica furioso. Precisa descontar sua raiva em um paisano. Vai à procura de Fabiano e começa a ofendê-lo. A vítima nada responde. Então, o soldado amarelo finca a reiuna – o fuzil – na alpercata de Fabiano, que protesta. Tenta partir. Não queria briga com aquele tico de gente. Mas o soldado continua a insultá-lo. Impaciente, Fabiano ofende a mãe do soldado, que o espanca diante de muitos indiferentes curiosos – que nada fazem, inclusive o juiz.

Com seu apito, o soldado chama todo o destacamento da cidade e leva o indefeso vaqueiro preso. Na cadeia, ouve uma acusação medonha. Tenta se defender, mas é espancado no peito e nas costas várias vezes. Ganha um bofetão, que o arremessa para dentro do cárcere. Fabiano não entende os motivos da prisão, acha difícil explicar o que lhe acontecera, pois se achava-se um bruto, porém, trabalhador. “Pensa que nunca tinha visto uma escola. Não conseguia defender-se, botar as coisas nos seus lugares. Se lhe tivessem dado ensino, encontraria meio de entendê-las”[xiii]. Ferido e humilhado, revolta-se. Se pudesse, atacaria os soldados amarelos que espancavam criaturas inofensivas, o delegado, o juiz e o seu vigário, que assistiram passivamente à brutal pancadaria. “Não conseguia arrumar suas ideias. Tinha um fogo que ia e vinha no espírito dele”[xiv].

Passa-lhe pela cabeça que gostaria de ser cangaceiro. Assim, daria um tiro no pé do soldado, mataria os donos dele e os homens que mandavam no soldado amarelo. Fabiano tem motivos de sobra, mas não se torna cangaceiro. Ele não pode compreender que é apenas uma vítima da força violenta e destruidora das instituições destinadas a sujeitar muitos Fabianos à criação de riqueza para os coronéis do açúcar e do gado. Se não fosse assim, homens livres como ele, não se submeteriam à exploração de outros homens. Neste sentido, o lampionismo pode ser um dos resultados mais intrigantes do longo processo de violência sistemática do Estado contra os trabalhadores brasileiros, inclusive dos nordestinos, desde aqueles tempos.

Sinhá Vitória, mulher de Fabiano, é esperta, trabalhadora e sabe fazer contas. É ela que alerta o marido sobre a desonestidade dos patrões. Sinhá Vitória é resignada. Ultimamente, andava cansada de dormir na cama de paus, que é muito dura. Para piorar, dera para lembrar-se do papagaio, que viajava na gaiola em cima de um baú de folha. Queria esquecer sua antiga vida, pois agora comiam, engordavam, e os meninos cresciam. Tudo parecia bem. Só lhe faltava uma cama confortável de tiras de couro e madeira de sucupira, igual à do seu Tomás da bolandeira, seu sonho de vida.

O capítulo mais impressionante é, sem dúvida, o dedicado à cachorra Baleia, uma vivente – pessoa – da família. O nome baleia nada tem a ver com a Baleia, que é magérrima, faminta e que vive na seca. Uma ironia? O fato é que a cadela tem responsabilidades. Ela ajuda o companheiro Fabiano a tanger gados e cabras. Também acolhe os meninos quando eles se sentem abandonados, e os consola quando são castigados pela mãe. A humanização da cachorrinha serve de contraponto à desumanização de pessoas que, iguais a Fabiano, são compelidas a viver do trabalho realizado para o outro. Indiscutivelmente, a cadelinha não é um ser humano, mas um animal. Os humanos é que se tornam bichos, peças, nada mais do que acessórios dos instrumentos de trabalho quando estes meios não lhes pertencem mais.

Dolorosa é a parte do texto que relata a morte da cachorrinha. Baleia está à beira da morte quando Fabiano resolve sacrificá-la com um tiro de espingarda. A cadela agoniza terrivelmente, enquanto os meninos choram, desesperados, trancados na casa com a mãe. Em seus últimos momentos, Baleia sente que precisa dormir. Em seu sono de morte, ela delira “que acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes[xv]. Não haveria mais fome. Magnífico.

Um dia, o mulungu[xvi] do bebedouro apareceu coberto de aves de arribação. Vinham em bandos que se arranchavam nas árvores da beira do rio. Descansavam, bebiam e, como não havia comida ao redor, seguiam viagem. O sol secava os poços. Foi aí que Sinhá Vitória falou uma coisa muito estranha: as aves matavam bois e cabras. Fabiano pensa que a mulher estava variando. Mas logo a significação aparece. O gado começa a morrer de sede. Desespera-se, pensando que teria de começar novamente uma vida errante. Amaldiçoa as agourentas aves e abate uma porção delas com sua espingarda. Dá murros em sua coxa, encaiporado[xvii]. Esforçava-se para esquecer uma infelicidade, e já vinha outra. Mata tantas aves, que estas cobrem o chão. Recolhe-as, salga-as para secarem numa corda. Elas serviriam de alimento na viagem. Experimenta adiantadamente a fome, a sede, as imensas e fatigantes retiradas. “Sentia-se sozinho, isolado no mundo coberto de penas”[xviii]. Treme de medo. Pensa no sofrimento de Sinhá Vitória esfolando os pés nos seixos em uma terra queimada. Sente vagos tremores. Sinhá Vitória benze-se desesperada com um rosário nas mãos.

Fabiano não queria lembrar do patrão, do soldado amarelo, mas “lembrava-se enroscando-se como uma cascavel assanhada.Se não fosse tão fraco teria ido para o cangaço e feito miséria”[xix]. Porém, Fabiano não foi, tal como muitos outros, que se cansaram de passar fome, de serem ofendidos e humilhados por coronéis. Fabiano, quem sabe, poderia, mas não pensou nisso, tornar-se um peregrino guiado por um beato, algo comum no antigo Nordeste, mas ainda presente, com modernos beatos – pastores – de inumeráveis igrejas espalhadas pelo mundo. Ou, ainda, ir para Canudos, a Tróia de Taipas[xx], aumentar o contingente “de homens desapeados da terra”[xxi], exatamente como ele. Em Canudos, sua existência e a de sua família seriam garantidas pelo uso coletivo da terra, sem patrões e longe de detestáveis soldados amarelos.

Contudo, Fabiano não se entrega. Resiste. Mas, quando a fazenda se despovoa, partem de madrugada rumo ao Sul. Parecem sombras silenciosas caminhando um percurso coberto de seixos. Os meninos, à frente, levando trouxas de roupa, Sinhá Vitória, depois deles, carregando o baú de folha e a cabaça de água, Fabiano, atrás de todos, com o facão e a faca de ponta. Era tudo o que havia sobrado.

Lembranças intoleráveis da cachorra Baleia picam o peito de Fabiano. Uma ternura imensa enche o coração de Sinhá Vitória, apesar dos espinhos, que infestam a campina. Ela tenta se reanimar e conversar com o marido no meio daquele silêncio de morte. Pergunta a Fabiano se poderiam voltar a ser como antes. Fabiano matuta desesperado, mas acha que estão próximos de lugares habitados e que não andariam mais como ciganos. Talvez, achassem um lugar melhor. Assim, Sinhá Vitória poderia ter uma cama igual à do seu Tomás da bolandeira. Sonhava que os filhos seriam exímios vaqueiros. Exaltado, “mentia sem saber que estava mentindo”. Precisava acreditar em uma nova vida, na cidade em que os meninos poderiam ir à escola. Os meninos cresceriam fortes e aprenderiam coisas difíceis e necessárias. Pensa na mulher e nele já velhinhos, vivendo presos em uma cidade grande, porém, civilizada. Acredita que o sertão continuaria a mandar gente forte e bruta – como Fabiano, Sinhá Vitória e os meninos – para as cidades. Quanto a isso, Fabiano tem razão.

Contudo, não é o sertão que torna indivíduos judeus errantes, mas a propriedade privada do sertão. Desta condição histórica que reparte homens em proprietários da terra e desterrados. É correto atribuir à natureza um problema que é social? Penso que não. Canudos é, nesse sentido, exemplar histórico inquestionável de que é possível viver de uma outra forma social, apesar da seca.

Um pouquinho sobre a biografia de Graciliano Ramos 

Graciliano Ramos de Oliveira nasceu em 1892, em Quebrangulo, Alagoas. Estudou em Maceió até o término do ensino médio. Depois, mudou-se para o Rio de Janeiro e trabalhou como jornalista durante alguns anos, na capital. Começou a escrever cedo. Com onze anos de idade publicou um conto.

Em 1915, regressou a Alagoas. Anos depois, foi para Palmeira dos Índios, uma pequena cidade perto de Maceió. Em 1927, elegeu-se prefeito dessa cidade. Escreveu relatórios admiráveis sobre a situação do município. Em 1929, renunciou ao cargo de prefeito. Voltou para Maceió. Entre 1930 e 1936 publicou vários livros e trabalhou como professor, editor e diretor da Instrução Pública do Estado Alagoano. Incentivado por Augusto Schimidt, publicou seu primeiro livro, Caetés, em 1933. Depois, publicou mais de dez livros, ganhou vários prêmios e, ainda vivo, consagrou-se como um dos maiores escritores brasileiros.

Graciliano Ramos viveu tempos conturbados no Brasil, desde a Velha República. Vários movimentos sociais ameaçaram a ordem social estabelecida. Indicado para o cargo em 1930, Getúlio Vargas não democratizou o país. Em 1937, diante da crescente rebeldia dos trabalhadores, instituiu o chamado Estado de Exceção. Governou ditatorialmente de 1937 a 1945, inspirado em ideologias nazifascistas europeias. Extinguiu o Congresso, perseguiu e caçou partidos políticos[xxii]. Nossa história é fecunda em exemplos de governos que, com raras exceções, não trataram questões sociais como casos de polícia.

Nesses tempos de perseguição política, as obras e amizades de Graciliano Ramos, então filiado ao Partido Comunista, eram tidas como mal vistas. Em 1937, ele foi preso e ficou durante onze meses no cárcere. Como preso político, sofreu inúmeras torturas. Foi ameaçado de morte frequentemente por um soldado amarelo. Viveu junto com outros presos, também perseguidos políticos, condenado a sobreviver em tão miseráveis condições que os faziam acreditar que não sairiam vivos dali.

Mas, é libertado no final de 1937. Em 1938, logo após sair da cadeia, foi ajudado por José Lins do Rego e publicou São Bernardo, que havia escrito em 1934, sua obra mais conhecida naquele momento. Em 1936, publicou Angústia. Dois anos depois, Vida Secas. Publicou ainda Infância e Memórias do Cárcere, mas não conseguiu terminar o último capítulo de Memórias do Cárcere. Seu legado é inquestionável. Retratou o Nordeste de uma maneira única, incomparável e deu vida a uma população esquecida por outros escritores.

Literatura do século XX

No século XX, após o movimento dos chamados Modernistas, que culmina com a Semana da Arte Moderna, em 1922, a literatura

[i] Disponível em: https://descomplica.com.br/gabarito-enem/questoes/2016-segunda-aplicacao/segundo-dia/descobrimento-abancado-escrivaninha-em-sao-paulo-na-minha-casa-da-rua-lopes-chaves-de-sopetao/ Acesso em: 04, out., 2020.

[ii] RAMOS, Graciliano. Vida Secas. 65ª ed. Editora Record, 1994.

[iii] LINS, Álvaro.  Posfácio: Valores e Misérias das Vidas Secas. In: Vidas Secas, 1944. p. 127-155.

[iv] RAMOS, 1994, p. 11.

[v] RAMOS, 1994, p. 12.

[vi] De acordo com o Dicionário Houaiss: camarinha é um quarto pequeno, geralmente de dormir. Acesso em: 10, out., 2020.

[vii] Bolandeira, em casas de farinha, é a roda que dá impulso ao ralador de mandioca; em moinhos de açúcar, roda dentada que, ao girar sobre a moenda, movimenta as mós (pedras trituradoras).  Disponível em: Dicionário online Houaiss. Acesso em: 08, out., 2020.

[viii] RAMOS, 1994, p. 18.

[ix] RAMOS, 1994, p. 19.

 [x] RAMOS, 1994, p. 19.

[xi] Interessante observar as características de Fabiano. Ele é um homem forte, alto, cabelos ruivos, olhos azuis, corajoso, trabalhador e dedicado. Parece que Graciliano Ramos deseja, com esse personagem social, criticar estereótipos e preconceitos tradicionalmente aceitos sobre a figura do sertanejo nordestino, sempre tido como um homem raquítico, baixinho, cabeça chata, lerdo e tinhoso.

[xii] RAMOS, 1994, p. 18.

[xiii] RAMOS, 1994, p. 36.

[xiv] RAMOS, 1994, p. 36.

[xv] RAMOS, 1994, p. 91.

[xvi] Nome comum de duas árvores ornamentais brasileiras. Ambas perdem as folhas na época da floração. Elas se encontram em diversos países tropicais; fornecem madeira branca, espinhosa, muito usada para amolar navalhas. Disponível em:  Dicio.com.br/mulungu. Acesso em: 02, out., out. 2020.

[xvii] Caipora significa: torna-se infeliz, azarado. Disponível em: dicio.com.br. Acesso em: em: 03, out., 2020.

[xviii] RAMOS, 1994, p. 108.

[xix] RAMOS, 1994, p. 112.

[xx] Refere-se à ocupação de Canudos por cerca de 8 mil seguidores de Antônio Conselheiro, no final do século XIX. Canudos tornou-se um dos mais emblemáticos redutos de resistência aos poderosos senhores das terras nordestinas e, também, ao poder, sem limites, do estado. A fazenda chegou a ter 5.000 casas de taipas e cerca de 25 mil habitantes que faziam roças coletivas e criavam cabras. A população de Canudos foi constituída por capangas desempregados por fazendeiros, migrantes, indígenas, escravos libertos, enfim, de miseráveis vindos de várias regiões do Nordeste. Canudos faz parte do Polígono das Secas, uma área de 1.108.434,82 km², correspondente a 1.348 municípios, que inclui os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe Bahia e Minas Gerais. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-poligono-das-secas.htm. Acesso em: 14, out., 2020.

[xxi] CUNHA, Euclides (1866-1909).  Os Sertões. 4ª. ed. Editora Record, Rio de Janeiro, 1994. Coube ao jornalista Euclides da Cunha, acompanhar o último episódio da Guerra de Canudos. Ele viajou junto com o exército que dizimou barbaramente, segundo seus relatos, todos os habitantes, inclusive crianças, mulheres e, os poucos que se renderam, foram degolados por soldados do batalhão, em 1897.

[xxii] Só para lembrar que entre o final século XIX e 1945, houve vários movimentos de revoltas que agitaram a sociedade, tais como a Guerra de Canudos, a Revolta da Armada, a Revolta da Vacina, a Guerra do Contestado, a Revolta do Forte de Copacabana, a Revolta Paulista de 1924 e, ainda, a Coluna Prestes, além de greves operárias, dentre outros.

Edna Garcia Maciel é natural de Igarapava, São Paulo. Foi professora e pesquisadora da UFSC. Doutora em Educação. Atualmente, participa do Núcleo de pesquisa Transformações no Mundo do Trabalho, da UFSC. Livros literários são parte do seu viver.

 

A opinião do/a autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

 

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