Vale está ligada a massacre

 Empresa cedeu jipes a paramilitares, que atacarem manifestantes que protestavam contra as políticas trabalhistas da empresa. Seis pessoas foram mortas. Empresa diz desconhecer o problema.

Os conflitos aconteceram na cidade de Zogota, na Guiné, costa oeste africana. As primeiras informações sobre o massacre foram obtidas, com exclusividade, pelos jornalistas Andrei Neto e Youssouf Bah, do jornal O Estado de S. Paulo. Os protestos começaram em julho e ficaram mais acirrados em agosto, quando houve o massacre.

“Nós acusamos a Vale por ter permitido que forças militares usassem seus jipes no ataque a Zogota”, disse Lafin Loua, chefe do distrito de Maun, localizado a sete quilômetros do local dos ataques. “Cinco veículos usados pelas forças militares eram da Vale”, afirmou ele.

As manifestações começaram quando os moradores da Zogota acusaram a Vale de não cumprir uma convenção trabalhista que determinava a contratação de mão de obra local. Em julho, manifestantes invadiram a planta da empresa, paralisaram as atividades, destruíram móveis, ameaçaram funcionários e saquearam escritórios.

No dia do massacre, paramilitares e forças do governo invadiram 300 casas em busca dos líderes do movimento. Seis pessoas foram assassinadas durante violentos choques com os moradores. Dentre os mortos, estava ao chefe do distrito, Nankoye Kolé.

A Vale nega qualquer envolvimento com o massacre e diz que não emprestou os jipes. “Desconhecemos o descontentamento dos moradores quanto a nossa política de contratação”, disse a empresa em nota oficial. Os jornalistas fizeram insistentes contatos com a Vale para agendar uma entrevista, mas não foram atendidos. A ONU confirmou as mortes e exigiu uma profunda investigação. A entidade defendeu o direito a manifestações pacíficas.

Fonte: http://redesustentavelbrasil.com.br

 

 

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