Uso de dinheiro público para comprar apoio político não é corrupção?

Por Celso Vicenzi.

Deu na imprensa: Temer negocia dívida de Estados e municípios por apoio à reforma.

O pacote de “bondades” sobre a dívida de quase R$ 90 bilhões que 4 mil municípios têm com a Previdência, vai ter redução de 25% nos encargos, 80% nos juros e uma ampliação do prazo para pagar de aproximadamente 17 anos. Ou seja, a Previdência tá quebrada, é urgente recuperá-la, mas só com o dinheiro do trabalhador, certo? Bancos com lucros bilionários, grandes empresários que devem fortunas, governadores e prefeitos não precisam contribuir nesse esforço para “salvar” a Previdência.

Temer também tem sido pra lá de generoso com verbas públicas para parlamentares e donos da mídia, em troca de apoio às “reformas”, notadamente a reforma da Previdência. Aliás, cuidado, porque se o dinheiro é público, é meu, é seu, é nosso, e por uma certa lógica de alguns tribunais seletivos e autoritários, podemos também ser cúmplices dessa corrupção!

Pergunta-se aos batedores de panelas e comentaristas globais de plantão, tão ávidos em encontrar conexões com o crime em contratos não assinados: O uso de dinheiro público para comprar apoio político, confessadamente, não é corrupção?

O grau de fascismo a que chegou a sociedade brasileira permite que tudo isso seja feito abertamente, sem constrangimentos, porque os agentes públicos que deveriam se opor por dever de ofício, são protagonistas de um golpe contra a democracia. E a mídia oligopolizada do país é parceira de interesses hegemônicos nacionais e internacionais para vender o patrimônio público a preços irrisórios, perseguir movimentos sociais e lideranças políticas de esquerda e aniquilar direitos trabalhistas.

Só a ignorância política apazigua a consciência de uma classe média que não enxerga a manipulação midiática e o fascismo que se instalou no país, travestido de combate (seletivo) à corrupção.

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