Um convite para quem gosta de literatura

Por Ana Rüsche.

Sim, o texto de hoje é um convite — especialmente se você gosta de ler, escrever ou pesquisar alguma autora, autor ou obra.

Um convite, um contexto

Para começar, faço referência ao texto que publiquei em junho deste ano: Intime-se. Publique-se. Nele, falei da necessidade das mulheres publicarem mais, exporem-se mais, serem mais lidas, mais conhecidas. Apenas para exemplificar, utilizei a conhecida estatística da pesquisadora Regina Dalcastagnè, publicada em ‘Literatura brasileira contemporânea: um território contestado‘, que descreve o preocupante cenário da produção em prosa publicada pelas maiores casas editoriais brasileiras: “Bastante homogênea, dominada por autores homens, brancos, de classe média, moradores de Rio e São Paulo”.

Também quero fazer referência a dois outros texto sobre literatura publicados nesse espaço: ‘(In)Visibilidades lésbicas e a literatura‘ de Lettícia Leite e ‘Conceição Evaristo: literatura e consciência negra‘ de Bárbara Araújo. Rasgação de seda à parte, ambos trazem reflexões muito completas e bem delineadas a respeito da invisibilidade de certa produção literária, por tratarem de temas e trazerem pontos de vista que fogem da supremacia editorial que assistimos por aí.

Um contexto, um passo

Em conjunto com outras escritoras, escritores e entusiastas da literatura, participo de um grupo em que requentamos a ideia antiga de um Festival que organizamos: “Dinossauros & Anfíbios”, uma comunidade online dedicada à literatura em geral.

Diferente de uma rede social, que reúne pessoas por amizades e contatos pessoais, a ideia é reunir pessoas em torno de um tema comum: a literatura. A intenção é criar um espaço em que pessoas possam interagir, trocar experiências, criar, isso tudo. Com a vantagem de alcançar pessoas de todos os cantos do mundo — já que a internet nos concede a mágica de alcançar lugares perto do coração, mas longe do olfato e do toque.

A comunidade opera no endereço: www.literatura.ning.com. Apresenta uma programação de debates online — via chat ou transmissão por vídeo, assim como outras potencialidades que ainda não compreendemos bem — fórum, espaço para postagens e criações — learning by doing…

Na programação, o enfoque é tentar modificar, um pouco que seja, as estatísticas apresentadas. Primeiramente, há um destaque à produção de poesia. Na pesquisa de Regina Dalcastagnè considera-se, praticamente, apenas a produção em prosa, com destaque ao gênero romance, o que não julgo suficiente para descrever o que seja “literatura”.

A questão das editoras independentes não é esquecida, dado que são essas valentes e insistentes pequenas casas editoriais que geralmente alteram as estatísticas, vide o exemplo da Editora Patuá que tira da gaveta livros interessantíssimos escritos por mulheres. Lettícia Leite também lembrou, em seu texto mencionado acima, a atuação da Editora Brejeira Malagueta que, ao que parece, trata-se da única editora L2L, Lesbians To Lesbians, existente hoje na América Latina — esperamos, em breve, conseguir dar destaque ao trabalho desta editora.

Com relação a gênero, não é coincidência que muitas mulheres sejam convidadas para participarem de bate-papos — seja como pesquisadoras, críticas ou escritoras. Para incentivar a leitura, outros assuntos, como tratar de autores ‘canônicos’ e autores que caem nos vestibulares, são incluídos na programação. Enfim, tentamos fazer aquele minúsculo mínimo que temos à mão.

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Um passo, um convite

Se você é pesquisadora ou pesquisador de literaturas que tragam essas questões, se você edita livros, hum… diferentes, se quiser sugerir algo… participações são mais do que bem-vindas!

Basta se cadastrar aqui: www.literatura.ning.com.

Separo dois destaques:

Outros canais de comunicação:

e-mail: [email protected]

twitter: @dinosanfibios

Grupo aberto no facebook: https://www.facebook.com/groups/dinosanfibios.

Fonte: Blogueiras Feministas.

Foto: Lynn Gardner 

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