Ucrânia: uma guerra civil

ucrania-1811424Por Thiago Burckhart.

Ucrânia, um pequeno país do leste europeu tornou-se o centro da discussão geopolítica no final do ano passado. Seu povo ficou dividido, por um lado quer-se a entrada do país na zona do euro; por outro não há intuito de integrar-se ao euro, havendo até a possibilidade de voltar a integrar-se a Rússia. A interferência dos Estados Unidos da América evidencia que essa crise assume uma grande proporção no cenário geopolítico mundial, podendo-se afirmar que é a primeira grande crise política entre EUA e Rússia após o fim da União Soviética.

Contudo, desde o início da crise ucraniana, o maior medo de muitos cientistas políticos e ativistas era o de que o país adentrasse numa guerra civil, já que seu povo encontra-se ideologicamente dividido. É isso o que ocorre neste momento no país. O governo interino de Kiev, apoiado pelos EUA e União Europeia, lançou o exército numa ofensiva militar contra os manifestantes pró-Rússia, que se concentram no leste do país. O medo do governo de Kiev seus aliados é de que novos movimentos separatistas ganhem força na região, e que não aconteça o mesmo que ocorreu com a Crimeia.

Nesse contexto, a crise ucraniana torna-se ainda mais preocupante para o cenário internacional, pois as ofensivas de cunho militar podem gerar ainda uma maior represaria por parte do povo ucraniano e do governo russo, que já ordenou a retirada das tropas do governo de Kiev do leste ucraniano. Enquanto isso, os governos da Alemanha e EUA em encontro na Casa Branca ameaçam estabelecer sansões aos russos caso a política russa não mude no que tange à Ucrânia.

Uma crise que parecia não causar muitos “estragos” geopolíticos mostra hoje que pode sim tornar-se uma guerra. Para evitar esse conflito, é necessário que a voz soberana do povo ucraniano ecoada nas ruas do país sejam auscultadas, e se a vontade desse povo é de reintegração à Rússia, que então seja feita. É necessário, pois, fazer valer o princípio consagrado em diversos documentos internacionais da determinação dos povos, deixando os interesses políticos de lado e ouvindo a emergente vontade do povo.

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