Trovador Pedro Pinheiro lançará seu primeiro disco: “Um outro olhar do Sul”

Arte: Jéssica Gruber.

Por Claudia Weinman, para Desacato. info.

O músico, trovador e compositor, Pedro Pinheiro, estará lançando o seu primeiro disco no domingo, dia 28 de julho, em São Miguel do Oeste/SC, cidade onde reside, sendo ele, natural do município de Guarujá do Sul. O seu álbum é intitulado: “Um outro olhar do Sul”, um trabalho em sua maioria autoral guiado por realidades que não aparecem no plano tradicional das canções do Sul do Brasil, manifestando a vida a partir dos invisíveis.

Segundo ele, esse álbum conta um pouco da história do Sul do Brasil. “Falamos da história mas não de maneira ufanista como temos ouvido nas músicas cotidianamente. A ideia é fazer uma releitura crítica, trazer uma análise de algumas coisas, fatos que acontecem na região Sul do país”.

O disco embora tenha a pretensão de contextualizar a vida a partir do Sul não se limita à essa região. “Nossa intenção é buscar outros lugares possíveis que essa música possa nos conduzir”, disse.

O trovador segue dizendo que a poesia, o poema, a música que compõe esse disco exige mais atenção e um espaço adequado para que possa ser ouvida e leve ao “resultado” esperado. “Não é uma música para tocar nos bares, mas as pessoas devem ir para assistir, ouvir e criticar se assim considerarem”.

Produção

“Um outro olhar do Sul” é uma produção do trovador  Pedro Munhoz. Os equipamentos são uma parceria com o Portal Desacato e o espaço da rádio Cultura Comunitária de São Miguel do Oeste. Captação de áudio, mixagem e masterização feitas por Eduardo Rampanelli Pompermayer.

Acompanhe um resumo desse álbum.

Doze canções por: Pedro Pinheiro.

Assim será o meu (e nosso) primeiro disco, com doze canções. Com certeza um desafio, pois as composições em sua maioria são próprias. Parti do singular e do cotidiano individual para abraçar a coletividade e o plural. Quero falar de mim e das minhas coisas, das pessoas ao meu redor e do meu compromisso com e para o mundo.

Entre as 12 canções, apenas uma delas não tenho participação como compositor, mas a trago dentro do coração pelo seu simbolismo na minha vida. Outras obras carregam parceria com Pedro Munhoz (trovador e produtor do disco) e minha estimável companheira Claudia Weinman.

As letras têm uma temática abrangente, como militância, arte, política e história. Aquilo que vivencio diariamente. Ao som basicamente de violões e viola caipira, com uma percussão leve em algumas faixas, quero contar e “dividir emoções”, entregar para quem quiser ouvir uma arte direcionada à resistência, luta e utopia.

Apresentação do trabalho por: Martim César

Em tempos que a música deveria ser de identidade, ela tornou-se uma embalagem que não se importa nem um pouco com o conteúdo, por isso, é muito bom poder apresentar um trabalho como este, de identidade verdadeira. Milongas, vidalas, modas de viola, toadas, unindo os caminhos sul-americanos. Essas canções chegam despacio, sem apuro, como as tropas que uniam Minas Gerais com Colônia do Sacramento e que desde Colônia subiam pelos caminhos de mula até a montanha de prata de Potosí. No meio desses caminhos, a sonoridade e as letras passam pela miscigenação forçada, pelo sofrimento índio, pela escravidão negra, pela exploração branca e pelo aparecimento das cidades que hoje conhecemos. Não é algo óbvio, está no pano de fundo, como as paisagens repletas de horizontes largos, por onde esses caminhos vão avançando. Assim é este trabalho poético-musical chamado Um outro olhar do Sul. Uma viagem musical que mostra um pouco dessas desigualdades deste sul do mundo, mas também que mostra a musicalidade que foi se forjando nesses lugares. É uma tropa que segue lentamente, abrindo caminhos, guiada por seres de carne-e-osso, homens que conhecem o ofício e as manhas do tempo, não por tropeiros estilizados que só existem nas canções que não tem raiz. Adelante Pedro Pinheiro, um cantautor que não segue a corrente de fáceis jornadas. É mais difícil a caminhada dos que cantam verdades, mas também é a que traz mais recompensa interior, que, no final das contas, sempre é a que possui mais valor.

Confira matéria produzida pelo Portal Desacato:

 

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