Trabalhadores da Cohab encerram greve, mas prometem manter mobilização

Foram 4 dias de paralisação devido ao atraso salarial que chegou a 15 dias para parte dos funcionários.

Foto: Vanda Moraes

A greve dos funcionários da Companhia de Habitação Popular de Curitiba se encerrou por volta das 16h30 desta quinta-feira (14), após quatro dias de paralisação. Os salários dos trabalhadores que ainda não haviam recebido o pagamento do mês de maio, 15 dias após o prazo, foram depositados na tarde hoje.

Em audiência na 6ª Vara do Trabalho, realizada também na tarde desta quinta, o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR)e o Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas (Sindarq) firmaram um acordo com a diretoria da Cohab para a garantia do pagamento de débitos já previstas no Acordo Coletivo, que serão pagos até o dia 29 de junho. Ficou garantido também o pagamento dos salários e dia, sem novos atrasos, até dezembro.

Além disso, os sindicatos que representam os trabalhadores e o secretário de governo da Prefeitura, Luiz Fernando de Souza Jamur, devem se reunir na tarde desta sexta-feira (15) sobre a data do pagamento. As entidades sindicais defendem o último dia útil do mês, conforme está previsto no Acordo Coletivo.

Direito à moradia

Para além da urgência no recebimento dos salários atrasados, a greve demonstrou a preocupação dos trabalhadores e dos sindicatos com a efetivação do direito à moradia e das políticas públicas de habitação popular para a capital. Atualmente, há 51 mil pessoas inscritas na fila da Cohab, pelo acesso à casa própria.

“Este movimento não vai parar por aqui. As pessoas não querem mais ficar nessa dúvida se vão receber ou se não vão receber. Mas nós não trabalhamos só pelo dinheiro. A maioria trabalha porque quer ver o direito à moradia acontecendo na prática, para a população que precisa ser atendidas pelas políticas públicas”, garante Edilene Pires da Silva Andreiu, engenheira civil da Cohab e diretora do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR).

“A greve atingiu o objetivo principal que era o pagamento dos salários atrasados, mas serviu também para identificar diversos problemas existentes na Cohab. Os trabalhadores perceberam que a união pode levar à resolução desses problemas de forma a melhorar o atendimento à população e ampliar o debate me torno da política de moradia para Curitiba”, avaliou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização (Sindiurbano), Valdir Mestriner.

Ricardo Polucha, arquiteto da Cohab desde 2003, relaciona atraso nos salários com a aplicação das políticas de habitação popular pela Prefeitura de Curitiba, comandada por Rafael Greca (PMN). “A gente percebeu que, na verdade, tem que discutir o papel da Cohab dentro da prefeitura. Resolvendo isso, a gente resolve também o nosso salário”. Ele reforça o papel da Companhia de atender a população que não tem recursos para acessar a casa própria. “A Cohab não é uma imobiliária, como muitos pensam, que pode, a partir da geração de renda ou com o trabalho que ela faz, se sustentar”, por isso a necessidade do investimento público, completa o arquiteto.

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