Terra arrasada, a Argentina atual de Macri

Por Débora Mabaires, de Buenos Aires, para Desacato.info.

Tradução: Elissandro Santana, para Desacato.info. (Port/Esp).

A região fede a enxofre, pois, pela primeira vez na história, os opressores filhos das ditaduras do Plano Condor, dos anos 70, chegam ao governo mediante o voto do povo.

O escravista convenceu ao escravo para que seguisse sendo escravo, e o fez com intricadas manobras comunicacionais, que incluem a programação neuronal linguística; a propaganda subliminar; a utilização do poder judiciário como ferramenta de extermínio de opositores; as operações de inteligência criadas em cenários grandiloquentes e replicadas por agências de notícias de outros países aumentando a difusão.

Na Argentina, Mauricio Macri chegou ao poder depois de 8 anos de mandato como Chefe de Governo da cidade de Buenos Aires, entre 2007 e 2015.

A cidade é a terceira em arrecadação de impostos em âmbito nacional. Sendo o Estado mais rico do país, por sua escassa superfície e população, o pegou sem dívidas, e o endividou de um modo atroz, com a desculpa de fazer obras que nunca fez. Vendeu edifícios públicos com a desculpa de construir escolas que nunca ficaram prontas. Aumentou a mortalidade infantil. Desfinanciou os hospitais públicos. Fomentou a alta burguesia organizando uma prisão judicial contra os vizinhos em bairros pobres e até realizando obras para que estes locais humildes sejam inundados, de modo que as propriedades se desvalorizaram e os vizinhos dos bairros ricos puderam comprar as casas a preços ínfimos para em seguida construírem edifícios.

Organizou milícias paraestatais em um organismo chamado UCEP (Unidade de Controle do Espaço Público) para espancar indigentes. Criou um escritório de espionagem paraestatal, em que, para justificar as escutas telefônicas ilegais, com juízes amigos montou armadilhas judiciais. Observou a empresários e funcionários do governo federal, legisladores, familiares de vítimas da explosão da AMIA e até o próprio cunhado.

Qualquer um que observasse a gestão de Mauricio Macri como chefe de governo da Cidade de Buenos Aires poderia intuir que o modelo se replicaria em todo o território nacional. Por que votaram nele se tudo estava tão à vista?

Fortalecido após vencer as eleições, Macri se juntou ao poder financeiro internacional e transformou o país em um território de caça para a elite mafiosa que ele representa.

A perseguição política a opositores se vê direcionada desde o poder judiciário com juízes nomeados ilegitimamente por Mauricio Macri ou comprados por seu governo, desrespeitando a Constituição e o Código Penal. Sentenças a ex-funcionários são vendidas atualmente em tribunais em troca de ascensão ao magistrado.

Juízes e fiscais que não se prestam a estas manobras são ameaçados de morte o perseguidos com causas inventadas para lhes tirarem os cargos em um juízo político. Os juízes que em conferência de imprensa denunciam estas ameaças são rapidamente atacados pelos meios de difusão que respondem cegamente a Mauricio Macri por conta da impunidade e interesses em comum.

Legisladores que vendem seu voto para imporem leis antipatriotas como a cessão de soberania jurídica em acordos internacionais, ou leis contrárias ao povo como a da reforma previdenciária.

Governadores que lhes asseguram um mandato cômodo em troca de mordomias que nem sempre são para os cidadãos, e que, de fato, está provado que somente prejudicam o povo.

A impunidade deste governo de psicopatas é tal que resulta humilhante por seu cinismo, para qualquer pessoa normal.

“Ninguém pode se achar acima da lei; ninguém pode achar que pode derrubar aos demais”, disse Mauricio Macri 24 horas depois de ter feito assinar à vice-presidenta do país o encerramento da investigação administrativa sobre o Correio Argentino, empresa em concessão que pertence a Macri e endivida o Estado em 70.000 milhões de pesos.

Em três anos de governo, os trabalhadores argentinos passaram do salário mais alto a um dos mais baixos na América Latina.

A metade da população é considerada hoje “pobre energética” porque as cargas de serviços públicos comprometem, em alguns casos, até 50% de seus salários. Impostos aumentados sem razão a não ser enriquecer as empresas das quais os servidores públicos nacionais fazem parte.

O panorama econômico é o pior possível. Inflação e recessão. Qualquer pessoa que vive somente de um salário tem sido brutalmente empobrecida.

Macri colocou o país de joelhos, contraindo uma quantidade de dívida pública monstruosa, ao tempo que gerou todas as condições para a fuga de capitais e para o esvaziamento do Banco Central da República Argentina.

Os produtores agropecuários se viam como vencedores desse modelo de neocolonização, e atualmente, os pequenos e médios produtores estão endividados a ponto de falirem.

Milhares de empresários de todos os portes já fecharam as portas porque este governo abriu as importações prejudicando a todos.

E há algo mais grave ainda: o governo de Mauricio Macri autorizou a livro fechado o Canal de Montevidéu e arquivou o projeto do Canal soberano de Magdalena, a saída direta do Paraná ao Atlântico Sul.  Autorizar a drenagem de trecho-chave do Porto de Montevidéu significa tapar a saída da produção argentina e entregar a riqueza da nação às mãos estrangeiras que fazem e desfazem no trânsito portuário de nosso vizinho oriental, algo que nunca conseguiram com a Argentina.

Todas as mercadorias (matérias primas) do Paraguai, Sul do Brasil, Argentina e Uruguai, sairão pelo Porto de Montevidéu, em detrimento do Porto de Buenos Aires e por onde a renda agrária será controlada agora por corporações estrangeiras que operam no Uruguai. Ademais, flexibilizou as condições para que se inscrevam empresas off shore, na cidade de Buenos Aires, armando assim um circuito de evasão fiscal, similar ao do Panamá ou as ilhas Cayman.

O governo de Mauricio Macri acaba de cravar o último prego no caixão da Argentina: produziremos grãos e carnes, mas nem os comeremos nem nos beneficiaremos de sua exportação, portanto, também não teremos como pagar a monumental e ilegítima dívida contraída.

O discurso vazio, a propaganda, a utilização das redes sociais e até da religião como método para narcotizar a população deu resultado. O povo argentino votou em seu verdugo porque acreditou na imagem apresentada na mídia tradicional mais do que na própria. Acreditou nesse indivíduo que falava a partir de frases simples com soluções mágicas para os problemas do cotidiano.

É imperioso abrir os olhos, dissipar as neblinas e alertar à sociedade que o Anticristo colocou seus servos em atividade na América Latina.

Se não lutamos com inteligência, terminaremos todos atiçando o inferno que nos consumirá.


Tierra arrasada, la Argentina actual de Macri

Por Débora Mabaires, de Buenos Aires, para Desacato.info.

La región huele a azufre. Por primera vez en la historia, los opresores, hijos de las dictaduras de aquel plan Cóndor de los años 70, llegan al gobierno mediante los votos del pueblo.

El esclavista ha convencido al esclavo de seguir siendo esclavo, y lo hizo con intrincadas maniobras comunicacionales, que incluyen la programación neurolingüística; la propaganda subliminal; la utilización del poder judicial como herramienta de exterminio de opositores; las operaciones de inteligencia creadas en escenarios rimbombantes y replicadas por agencias de noticias de otros países magnificando su difusión.

En Argentina, Mauricio Macri llegó al poder luego de ocho años de mandato como Jefe de Gobierno de la Ciudad de Buenos Aires entre 2007 y 2015.

La Ciudad es la tercera en recaudación de impuestos a nivel nacional. Siendo el estado más rico del país, por su escasa superficie y población, lo tomó desendeudado, y lo endeudó de un modo atroz, con la excusa de hacer obras que nunca hizo. Vendió edificios públicos con la excusa de hacer escuelas que nunca construyó. Aumentó la mortalidad infantil. Desfinanció a los hospitales públicos. Fomentó la gentrificación organizando una cacería judicial contra los vecinos en barrios humildes y hasta realizando obras para que se inunden, de modo de que las propiedades bajaran el precio y sus amigos pudieran comprar las viviendas a precio vil para luego construir edificios.

Organizó milicias paraestatales en un organismo llamado UCEP (Unidad de Control del Espacio Público) para apalear indigentes. Creó una oficina de espionaje paraestatal, donde para justificar las escuchas telefónicas ilegales, con jueces amigos armó causas judiciales a sus víctimas.  Espió a empresarios; funcionarios de gobierno nacional; legisladores; familiares de víctimas de la explosión de la AMIA; y hasta a su propio cuñado.

Cualquiera que observara la gestión de gobierno de Mauricio Macri como jefe de gobierno de la Ciudad de Buenos Aires, podía intuir que el modelo se replicaría a nivel nacional. ¿Por qué lo votaron, si todo estaba a la vista?

Potenciado tras haber ganado las elecciones, Macri se asoció al poder financiero internacional y convirtió al país en un coto de caza para la elite mafiosa que representa.

La persecución política a opositores se ve dirigida desde el poder judicial con jueces nombrados ilegítimamente por Mauricio Macri o comprados por su gobierno, violando la Constitución y el Código Penal. Sentencias a ex funcionarios, se venden hoy en Tribunales a cambio de un ascenso para el magistrado.

Jueces y fiscales que no se prestan a estas maniobras son amenazados de muerte o perseguidos con causas inventadas para quitarles el cargo en un juicio político. Los jueces que en conferencia de prensa denuncian estas amenazas, son rápidamente atacados por los medios de difusión que responden ciegamente a Mauricio Macri porque la impunidad es el negocio en común.

Legisladores que venden su voto para imponer leyes antipatrióticas como la cesión de soberanía jurídica en acuerdos internacionales, o leyes antipueblo como la de reforma previsional.

Gobernadores que le aseguran un mandato cómodo a cambio de prebendas que no siempre son para los ciudadanos, y que en los hechos, está demostrado que sólo los han perjudicado.

La impunidad de este gobierno de psicópatas es tal, que resultan humillantes por su cinismo, para cualquier persona de bien.

 “Nadie se puede creer por arriba de la ley; nadie  puede creer que puede prepotear a los demás” dijo Mauricio Macri 24 horas después de haber hecho firmar a la vicepresidenta de la nación, el cierre de la investigación administrativa sobre el Correo Argentino, empresa concesionada que le pertenece a Macri y adeuda al Estado Nacional 70.000 millones de pesos.

A tres años de gobierno, los trabajadores argentinos han pasado de tener el salario más alto de latinoamérica a tener el más bajo.

La mitad de la población es considerada hoy “pobre energética” porque las tarifas de servicios públicos insumen en algunos casos hasta el 50% de sus salarios. Tarifas aumentadas sin más razón que la de enriquecer a las empresas de las que los funcionarios de gobierno son parte.

El panorama económico es el peor posible. Inflación y recesión. Cualquiera que vive de un salario está siendo empobrecido brutalmente.

Macri puso de rodillas al país, tomando una cantidad de deuda pública monstruosa al mismo tiempo que generó todas las condiciones para la fuga de capitales y el vaciamiento del Banco Central de la República Argentina.

Los productores agropecuarios se creían ganadores de este modelo de neocolonización, y hoy, los pequeños y medianos productores, están endeudados y a punto de quebrar.

Miles de empresarios de todos los rubros ya han cerrado sus puertas porque este gobierno abrió las importaciones perjudicándolos.

Y hay algo más grave aún: el gobierno de Mauricio Macri autorizó a libro cerrado el Canal de Montevideo y archivó el proyecto del Canal soberano de Magdalena, la salida directa del Paraná al Atlántico Sur. Autorizando el dragado de un tramo clave del puerto de Montevideo, significa taponar con una barrera infranqueable la salida de la producción argentina y entregarle el negocio a los monopolios internacionales que hacen y deshacen en el tráfico portuario de nuestro vecino oriental, algo que nunca lograron con Argentina.

Todas las mercaderías (materias primas) de Paraguay, sur de Brasil, Argentina y Uruguay, saldrán por el puerto de Montevideo, en detrimento del puerto de Buenos Aires y por ende, la renta agraria será manejada ahora por corporaciones extranjeras que operan en Uruguay. Y además, flexibilizó las condiciones para que se inscriban empresas off shore, en la Ciudad de Buenos Aires, armando así, un circuito de evasión fiscal, similar al de Panamá o las islas Cayman.

El gobierno de Mauricio Macri acaba de poner el último clavo en el ataúd de la Argentina: produciremos granos y carnes pero ni los comeremos, ni nos beneficiaremos de su exportación, por lo tanto, tampoco tendremos cómo pagar la monumental e ilegítima deuda contraída.

El discurso vacío, la propaganda, la utilización de redes sociales y hasta de la religión como método para narcotizar a la población, dio resultado. El pueblo argentino votó a su verdugo porque creyó en la imagen televisada más que en su propia realidad. Tuvo fe en ese individuo que le hablaba con frases cortas en las que proponía soluciones mágicas a los problemas diarios.

Es imperioso abrir los ojos, disipar las nieblas y alertar a los pueblos de que el Anticristo puso a sus siervos a caminar por Latinoamérica.

Si no luchamos con inteligencia, terminaremos todos atizando el infierno que nos consumirá.

Débora Mabaires é cronista e mora em Buenos Aires.

1 COMENTÁRIO

  1. Excelente a matéria, Adequada para publicarmos no Brasil onde a verdade sobre o candidato que está liderando as pesquisas não faz nem cócegas nos seus fanáticos. Venho dizendo tudo oque está resumido nesta matéria antes de que es actual gobierno fuera oficialismo…

    “Macri e endivida o Estado em 70.000 milhões de pesos”. Desculpa, é 70 mil millones de pesos.
    Saudacões calorosas!

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