Solidariedade ao povo Líbio e a Muamar Kadaffi – 20 de outubro de 2011

Por Maurício Tomasoni.

Indo na “contramão” da “roda da história”, digo que hoje é um dia para se lamentar: mais uma vitória imperialista. Prenderam e mataram o “sanguinário ditador” líbio, Muamar Kadaffi, segundo recentes informativos da imprensa e do governo “rebelde” líbio. Tristes tempos em que rebeldia é sinônimo de subserviência ao imperialismo, é se vender aos interesses do grande capital que precisa do petróleo líbio. Tristes tempos em que tudo é pensado e dito de acordo com o que manda a grande mídia. Tristes tempos de subserviência, de ignorância. Tristes tempos de se reproduzir, feito papagaio, o que dizem os grandes meios de comunicação. Tristes tempos de um jornalismo nativo servil, ou melhor inservível. Tristes tempos de capachos mal pagos, mas que se orgulham de servir aos senhores da morte e da destruíção. Tristes tempos …

Mas nestes tristes tempos temos as nossas alegrias. Continuamos a ver Cuba com todas as dificuldades construir o seu socialismo. Vemos os povos da América Latina colocarem abaixo oligarquias centenárias, criando interessantes e multifacéticos projetos de libertação nacional e de perspectiva socialista. Tivemos a vitória eleitoral do povo salvadorenho com sua vanguarda – a FMLN (Frente Farabundo Marti para a Libertação Nacional) impondo uma grande derrota ao secular domínio imperial norte-americano. Em minha opinião a maior vitória destes últimos tempos. Tivemos a vitória eleitoral da FSLN (Frente Sandinista para a Libertação Nacional) na Nicarágua, a qual terá novas eleições no final deste ano. Vencemos na Bolívia. Estamos construindo um projeto na Venezuela com todas as suas contradições e contratempos. Seguimos construindo o socialismo no Vietnam, na Coréia do Norte. Seguimos vendo em outros cantos do mundo processos políticos contrários aos interesses do imperialismo além dos citados aqui. E por terem este tipo de direção são demonizados, caluniados e combatidos. A regra tem que ser a “doce” subserviência ao império. Outros povos pagam ou poderão pagar caro por defender a soberania e autodeterminação. Sejamos, pois, vassalos do império norte-americano e europeu ou pagaremos igual está pagando o povo líbio e o líder da revolução líbia de 1969.

Temos a lamentar que a Líbia anterior aos bombardeios da OTAN e ao levante das forças pró-monarquia que governava o país antes de 1969, era o país africano com o maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). A Líbia era um país com todos os serviços básicos público e gratuitos – saúde, educação, etc. Inclusive a própria telefonia era gratuita. As conquistas da revolução Líbia de 1969 são patrimônio do povo líbio. Com certeza há amplos setores que se levantarão contra a invasão militar e a presença militar estrangeira no país. Por certo a Líbia será mais um campo de concentração do imperialismo.

Por certo os livros de história não poderão registrar este episódio como uma rebelião contra uma tirania. É uma invasão militar estrangeira e mercenária com contou com algum apoio popular, principalmente dos setores reacionários de extrema direita. Basta ver que a bandeira deste movimento era a bandeira da Líbia do governo monárquico derrubado em 1969.

Há que se registrar que as concepções político-ideológicas do líder da revolução líbia tem interessantes aspectos numa mescla de concepção marxista e humanista com características próprias, com suas marcas próprias.

Este dia ficará em nossas memórias – na memória daqueles que defendemos o internacionalismo proletário incondicional, aqueles que não temos fórmulas prontas – como página negra da história da humanidade a ser virada.

Na memória daqueles que se dizem de esquerda mas que repetem a mesma ladainha do imperialismo, e daqueles que promoveram a invasão, bombardeio e saque das riquezas líbias, este é um momento de júbilo. Mas por curto período.

Quase sempre levantar uma voz contra os “consensos” plantados pela ideologia dominante soa como loucura, mas nós devemos levantar a voz e denunciar os reais interesses que estão por trás desta invasão da Líbia e deposição de Muamar Kadaffi. Devemos buscar conhecer a história líbia e as concepções políticas desta revolução de 1969. Devemos respeitar os caminhos definidos pelo povo líbio.

Por último quero registrar a grandeza de Muamar Kadaffi que resistiu até a morte, cumprindo a promessa que fez ante o povo líbio. Lutou até a morte com coragem e valentia. Não foi um “cachorro ladrão e covarde” que fugiu com o rabo entre as pernas. Há que se prestar homenagem a todos aqueles líbios que lutaram e entregaram a sua vida por um país livre, que continuaram até o fim lutando contra uma descomunal força multinacional comandada pela tristemente famosa OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Um dia a história vai ser contada pelos povos

VIVA A LÍBIA, O POVO LÍBIO E MUAMAR KADAFFI!

 

 

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