Sobre o caso do vendedor ambulante senegalês preso em Itajaí

imigrante Senegal

Por Gerd Klotz.

Matéria do Diarinho de hoje repercute o ocorrido no último sábado.

No vídeo, que me foi enviado por uma comerciária que trabalha nas proximidades, informei que presenciara parte das cenas, e que iria acompanhar o caso como membro voluntário do CDHI – Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Itajaí.

Nele não aparece o efetivo em torno de 10 policiais que lá estavam, todos muito nervosos, diante das reações indignadas das pessoas que presenciavam a cena.

Acompanhado de um outro amigo voluntário, fomos até a delegacia para onde o jovem senegalês (natural do Senegal, país da África Ocidental, tendo o francês como língua oficial e muitos outros dialetos regionais) fora levado na viatura da polícia, e lá o aguardamos até que fosse liberado, para resguardar sua integridade física e defender um príncipio fundamental de nossa Constituição Federal, que é da dignidade da pessoa humana.

Lá tentamos um diálogo civilizado com os policias que fizeram a abordagem.

Diálogo difícil…

Entendo a situação de estresse que vivem nossos policiais, com baixos salários, condições de trabalho e equipamentos não adequados, relação de trabalho verticalizada propensa a criar situações desagradáveis, além da precária e equivocada formação que recebem, mais para o enfrentamento de guerra do que para a mediação de conflitos e a cultura da paz.

Por outro lado é preciso um olhar mais humano, aos mais humildes, aos mais vulneráveis da sociedade, aos jovens negros tratados com preconceito (as estatísticas de assassinatos de jovens negros pela polícia nas periferias das cidades brasileiras estão aí escancarando esta situação) e entre estes os estrangeiros de hoje, como já o foram migrantes os nossos antepassados, pois é preciso que tenhamos claro que somos um país de migrantes e os únicos originários de nosso territórico brasileiro, são nossos indígenas.

Igualmente é preciso um debate, um diálogo de nossa comunidade, para pensarmos em opções de geração de emprego e renda para os mais pobres brasileiros – incluindo os migrantes que vieram para o Brasil refugiados de catástrofes ambientais como o terremoto no Haiti e situações de extrema pobreza no Senegal, em busca de melhores condições de vida.

Há que se perguntar: o que é mais importante na escala de valores da humanidade, o patrimônio, os bens materiais, o “ter”, as posses e os lucros comerciais ou a VIDA e a DIGNIDADE HUMANA?

Fonte: Facebook.

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