Sindicato uruguaio abandona negociações e convoca mobilização

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Montevidéu, 21 out (Prensa Latina) O Sindicato Único Nacional da Construção e Anexos de Uruguai (Sunca) abandonou negociações e convocou seus trabalhadores a uma mobilização geral na próxima semana em defesa do trabalho e salário digno.

A medida mostra a situação hoje de estancamento das negociações no Conselho de Salário, que obrigaram de maneira unânime ao Comitê Executivo Nacional do sindicato a se retirar de todos os demais âmbitos de conversas.

Um comunicado à opinião pública, assinado por seu secretário geral, Oscar Andrade, indicou que essa decisão inclui a instância de intercâmbio proposta pela Presidência da República para analisar as condições da instalação de uma terceira usina de celulose no país.

Assegurou que ‘não faz sentido algum’ para uma indústria que atravessa a circunstância de perder a negociação coletiva ‘avançar em intercâmbios para uma obra em particular’.

O texto advertiu que a atual rodada de conselhos de salário, paralisada desde finais de setembro, corre ‘risco iminente’ de ser a primeira na qual não se atinja acordo, o que deixaria o setor da construção sem convênio coletivo.

A respeito, destacou que de não se mudar essa postura ‘de zero margem de negociação’ por parte do Poder Executivo na pauta salarial, e a proposta do setor empregador de não avançar em acordos se ‘condena ‘ à indústria a um decreto’ e a ‘um caminho de difícil voltar’.

Andrade rearfirmou no documento que desde o Sunca se fizeram os máximos esforços ‘para avançar com maturidade e responsabilidade’ para uma zona de acordo, e ‘não foi possível’, e enfatizou que ‘a cada um se fará responsável pelas novas regras do jogo’.

O líder da entidade operária referiu-se à longa história da negociação coletiva na indústria da construção, e destacou que é um dos poucos setores que manteve, de forma ininterrompida, acordos tripartites desde a recuperação da democracia à data.

Na atualidade, no Uruguai encontram-se 112 grupos e subgrupos em plena negociação coletiva desde faz dois meses, e os mais estancados, segundo fontes jornalísticas, correspondem ao setor da construção, o agrícola e os supermercados.

Para o ministro de Trabalho, Ernesto Murro, em general, quase todos (os grupos), devem falhar com retroatividade a 1 de julho último.

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