Silvia Federici dialoga com pensadoras e lança livro no Memorial da América Latina

Autora de “Calibã e a bruxa” debate história, feminismo e a atualidade das mulheres no mundo contemporâneo

Por Pamela Oliveira

Depois de Calibã e a bruxa, é a vez de Federici lançar o livro: O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista / Lorena Alves

Uma das maiores historiadoras feministas da atualidade, Silvia Federici lança seu novo livro “O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista”, no Memorial da América Latina, em São Paulo, na próxima terça-feia (24). O evento conta também com um debate entre a autora italiana e três destacadas pensadoras e militantes brasileiras: Sabrina Fernandes, Mariléa de Almeida e Jera Guarani, representantes dos movimentos ambientalista, negro e indígena. O diálogo começa às 19h, com entrada gratuita por ordem de chegada.

Silvia Federici é um nome de peso para analisar o sistema capitalista a partir de uma perspetiva de gênero. Seu livro mais conhecido, “Calibã e a bruxa”, vem conquistando dezenas de milhares de leitores e leitoras no país. A exaustiva pesquisa de Silvia Federici sobre a campanha de terrorismo contra as mulheres disfarçada de “caça às bruxas” durante a transição do feudalismo para o capitalismo na Europa, com repercussões nas Américas, oferece uma inovadora compreensão sobre o papel essencial das mulheres — e de seu trabalho doméstico gratuito — para o desenvolvimento do sistema vigente. A obra vendeu mais de vinte mil exemplares, e o PDF pode ser baixado livremente na internet.

“Calibã e a bruxa”, publicado pela Editora Elefante em julho de 2017, chegou ao Brasil graças ao trabalho das mulheres do Coletivo Sycorax, que tiveram a iniciativa de traduzir a obra ao português. O grupo também é responsável pela tradução de “O ponto zero da revolução”, lançado em 2019, e traduzirá ainda mais um livro da autora, Re-enchanting the World: Feminism and the Politics of the Commons [“Reencantar o mundo: feminismo e a política dos comuns”], com lançamento previsto para 2020, também pela Editora Elefante.

Sobre as debatedoras

Nascida em Parma, na Itália, em 1952, Silvia Federici é historiadora e professora emérita da Universidade Hofstra, em Nova York, nos Estados Unidos, onde vive desde 1967, e onde ajudou a fundar o International Feminist Collective, participou da Wages for Housework Campaign e contribuiu com o Midnight Notes Collective. Durante os anos 1980, foi professora na Universidade de Port Harcourt, na Nigéria, onde acompanhou a organização feminista Women in Nigeria e contribuiu para a criação do Committee for Academic Freedom in Africa.

No Memorial da América Latina, Federici debaterá com Sabrina Fernandes, autora do canal Tese Onze, no youtube, e do livro “Sintomas mórbidos: a encruzilhada da esquerda brasileira” (Autonomia Literária, 2019); Mariléa de Almeidaé doutora em história pela Universidade de Campinas e assessora da deputada estadual Erica Malunguinho; e Jera Guarani é liderança indígena guarani mbya de São Paulo.

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