Segunda edição do Festival de Circo Social

A abertura do evento acontecerá no Centro da cidade de Florianópolis, na próxima quarta-feira (31/10), às 17h00, com a intervenção cênica O ABISMO, realizada pelo projeto (A)Gentes do Riso e convidados.

O RISO COMO FERRAMENTA PARA A LIBERTAÇÃO DOS POVOS OPRIMIDOS

Um mundo sem justiça é um mundo triste. Uma humanidade sem os povos originários é uma humanidade pobre e cinza. Hoje, mais do que nunca, se faz necessário o nosso trabalho como guerrilheiros do amor. Para que nunca mais haja um futuro no qual os indígenas sejam massacrados impunemente; para que nunca mais ninguém careça de um pedaço de terra para cultivar seu digno alimento; para que nunca mais nenhum ser humano seja privado de seu direito inalienável de ser feliz”.

                              Iván Prado

Porta-voz internacional dos Pallasos en Rebeldía

PALLASOS EN REBELDÍA 

QUEM SOMOS

A Associação Cultural e de Cooperação Internacional Pallasos en Rebeldía é um espaço artístico de solidariedade internacional, transformação política e fraternidade entre os povos, que se expressa através do palhaço e das artes circenses, na qual confluem artistas de diferentes países, sobre a base de que a alegria e o sorriso podem e devem ser transformadores.

Pallasos en Rebeldía está constituída como uma rede internacional de grupos artísticos que promovem a solidariedade e o sorriso como motores de mudança social. Lutam culturalmente ao lado de comunidades que fazem frente a este sistema global de terror, a partir da magia do circo, acreditando em uma Humanidade mais bela e mais justa a partir do universo do palhaço.

O coletivo artístico-solidário internacional apoia a luta pela sobrevivência dos povos originários em um mundo globalizado, acompanha o povo saharaui em seu retorno a um Sahara livre e independente; defende o fim da ocupação sionista na Palestina endossando os princípios do BDS; e integra o movimento de solidariedade a revolução zapatista no México, a Zezta Internazional.

Pallasos em Rebeldía foi fundada no ano de 2004, amparada pelo Festiclown (Festival Internacional de Clown da Galícia/Espanha) e se mantém ativa graças ao trabalho da Culturactiva, produtora galega, que atua na gestão cultural comprometida socialmente.

pallasosenrebeldia.org 

O QUE FAZEMOS

Pallasos en Rebeldía é um dos maiores expoentes atuais do circo social, político e solidário.

As ações realizadas pelos Pallasos en Rebeldía combinam a participação em grandes festivais pelo mundo com a organização de eventos internacionais como festivais, fóruns, jornadas de encontros e debates, oficinas, apresentações, assim como a realização de projetos de solidariedade em zonas de conflito em diferentes países.

Desde o seu início, Pallasos en Rebeldía vem trabalhando com entidades sociais e artísticas que defendem um mundo onde caibam todos os mundos, levando o circo e o riso a lugares que vão desde as favelas do Rio de Janeiro até os acampamentos de refugiados palestinos ou os acampamentos de refugiados saharauis em Tinduf (Argelia), passando pelas comunidades indígenas zapatistas do México. Atualmente, tem levado riso e esperança também aos acampamentos de refugiados na Europa, especificamente a Idomeni, Calis e Dunkirque. 

FESTICLOWN PELA TERRA

Festiclown pela Terra, projeto dos Pallasos en Rebeldía, é um festival de palhaço e circo, que de 1 a 30 de novembro de 2018 se apresentará em comunidades indígenas, quilombolas, de periferia e em acampamentos do MST, no Brasil, que estão lutando por seu direito à terra e a sua cultura.

Durante o mês de novembro, a caravana dos Pallasos en Rebeldía com Txarango visitará aldeias Guaranis, comunidades quilombolas, comunidades de periferia e acampamentos do MST em Santa Catarina, a retomada de terras dos Kariris-Xocós e Karapotós em Alagoas, e comunidades de periferia no Rio de Janeiro.

A finalidade do Festiclown pela Terra é disseminar esperança e alegria, levando uma mensagem de solidariedade e compromisso a todas as pessoas que hoje, no Brasil, dedicam sua vida a luta pelo direito a terra, mantendo assim nossa tradição milenar de rebeldia como palhaços e artistas de circo social.

FESTICLOWN, UMA FERRAMENTA PARA MUDAR O MUNDO

Pallasos en Rebeldía faz parte da organização do Festival Internacional de Clown da Galícia (Festiclown) que, há vinte anos, lota ruas, praças e teatros de diferentes cidades galegas com espetáculos (nacionais e internacionais) de palhaços renomados e atividades de formação com mestres na metodologia do “palhaço social”.

Festiclown é um projeto que entende que a cultura, além de ser participativa comunitária e criativa, deve ser solidária, através da colaboração com outras comunidades no mundo que sofrem as mazelas de conflitos e da falta de recursos.

Por isto, em 2011, o Festiclown tornou realidade seu sonho, celebrando seu primeiro festival de circo social do mundo árabe, o Festiclown Palestina, na Cisjordânia, dando continuidade a este projeto em anos sucessivos na Palestina, assim como em outros lugares do mundo, como o Líbano, o México, a Colômbia e o Brasil.

ANTECEDENTES

O projeto do Festiclown pela Terra nasceu impulsionado pela caravana realizada pelos Pallasos en Rebeldía na aldeia indígena Kariri-Xocó, localizada no estado de Alagoas, que ocorreu nos dias 6 a 9 de junho de 2014. Por meio desta experiência, no compromisso adquirido com as comunidades indígenas do Brasil por parte dos artistas participantes (Iván Prado, Paula Bittencourt, Débora de Matos e Priscila Jácomo) e das associações e pessoas que respaldaram a caravana (Elenice do Nascimento, Grupo Sabuká e Traço Cia. Teatro), o projeto foi adquirindo maior dimensão até se consolidar como uma luta contínua dos Pallasos en Rebeldía.

Cabe destacar que no ano de 2014, o coletivo Pallasos en Rebeldía realizou também outro projeto solidário no Brasil, o Festiclown Favela, com apresentações e ações na comunidade da Rocinha, integrando a programação do 2º Festival Internacional de Circo do Rio de Janeiro.

Por consequência, no ano de 2016, realizou o primeiro Festiclown pela Terra. Por meio dele, de 30 de junho a 30 de agosto, visitou o acampamento de retomada das terras Kariris-Xocós em Alagoas, a luta por demarcação das terras dos Guaranis, Kaiowás e Terenas no Mato Grosso do Sul e dos Guaranis em Santa Catarina, deu formação a jovens e circulou por acampamentos e assentamentos do MST no Rio Grande do Sul. O festival contou com a participação de mais de 40 palhaços e 20 músicos – artistas de Santa Catarina, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Espanha. 

OBJETIVOS

Os objetivos do Festiclown pela Terra são:

  1. Empoderar as comunidades indígenas, quilombolas e de periferia do Brasil;
  1. Difundir entre elas o riso e a esperança, por meio do palhaço e do circo como instrumentos para a transformação social;

III. Aliviar sensivelmente, mediante técnicas de risoterapia e circo, as conseqüências psicológicas das comunidades que sofrem opressão;

  1. Dar visibilidade as injustiças que elas sofrem e conscientizar à comunidade internacional sobre estas situações de desigualdade;
  1. Fomentar os grupos locais de circo e palhaçaria;
  1. Capacitar agentes sociais nas técnicas da risoterapia como meio de luta contra a frustração, o ódio indiscriminado e a depressão transformada em praga social.

“Perseguir um sonho já é uma forma de construí-lo, construir um sonho já é uma forma de vivê-lo, viver um sonho quiçá seja a única forma plena de viver”.

Iván Prado, porta-voz internacional dos Pallasos en Rebeldía. 

PROGRAMAÇÃO

31/10 – Abertura oficial do evento – O ABISMO, Florianópolis/SC;

01 a 02/11 – Quilombo Invernada dos Negros, Campos Novos e Abdon Batista/SC;

03/11 – Acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, São Cristovão do Sul/SC;

04/11 – Tekoá Yakã Porã, Guaranis – Morro dos Cavalos, Palhoça/SC;

05/11 – Comunidade Chico Mendes, Florianópolis/SC;

06/11 – Associação dos Moradores do Bairro Itinga – Amorabi, Joinville/SC;

07/11 – Tarumã – Guaranis, Araquari/SC;

08/11 – Piraí – Guaranis, Araquari/SC;

11/11 – Cabaré de Rua – show coletivo solidário, Rio de Janeiro/RJ;

13 a 17/11 – Kariris-Xocós, Porto Real do Colégio/AL e Karapotós, São Sebastião/AL;

20/11 – Complexo do Alemão, Rio de Janeiro/RJ;

21/11 – Jongo da Serrinha, Rio de Janeiro/RJ;

22/11 – Arena Jovelina – Pavuna, Rio de Janeiro/RJ.

MANIFESTO PELA TERRA

 

 

Ser feliz consigo mesmo abraçando suas sombras e seus medos.

Ser feliz com uma América Latina unida e com uma Europa que acolhe os refugiados.

Ser feliz com um Brasil que ama os seus povos originários e preserva suas terras.

Ser feliz com a possibilidade de um novo amanhecer.

Essa felicidade é o alimento dos palhaços no mundo.

Ser feliz com o mundo em que vivemos é a palavra de ordem do Circo.

Não é possível ser feliz enquanto matam crianças na Palestina, enquanto milhares morrem em fronteiras devido às guerras e a miséria.

Não é possível ser feliz num Brasil que esquece e dá as costas a seus povos originários, o tesouro da biodiversidade cultural do Planeta.

Realizamos o Festiclown Pela Terra pelo DIREITO DE VIVER A FELICIDADE DE HABITAR A TERRA, de respeitar, de cuidar, de defender e de viver dela.

Festiclown Pela Terra em defesa dos povos originários do Brasil e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), como caminho para a Humanidade cheia de luz e alegria que cultiva e venera a terra.

Os Pallasos em Rebeldía levam o Circo, sorrisos e, principalmente, a fraternidade humana às comunidades indígenas que amam a nossa semente e nossa raiz, que rezam, cantam e dançam a beleza de fazer parte da mãe natureza.

Os Pallasos en Rebeldía usam o riso contra esse sistema de terror que aflige o mundo, globalizando a esperança. Os palhaços se rebelam pela liberdade de ser da terra, em favor dos povos originários do Brasil e de todo o mundo, contra a globalização da morte e do dinheiro.

Vamos rir pela terra e, assim, os povos originários voltarão a ser disseminadores da esperança e do futuro.

FICHA TÉCNICA 

Realização: Pallasos en Rebeldía

Direção: Iván Prado

Produção executiva: Culturactiva

Mobilizadores: Carol Costa, Débora de Matos, Egon Seidler, Elenice do Nascimento, Gabriela Leite, Greice Miotello, João França, Letícia Helena, Mário Martins e Viviane Vasconcelos

Registro: Carol Macário, Duran Sodré e Vanessa Soares

Artistas e grupos colaboradores: Txarango, Traço Cia. de Teatro, Circo no Ato, (A)Gentes do Riso, Maracatu Arrasta Ilha, Suélen Avelleda, Moringa e Periquita, Marcelo Magano, Pepê Carvalho, Banda Bagunço, entre outros.

Povos e lutas: Comunidades de periferia (RJ e SC), Guaranis (SC), Comunidades Quilombolas (SC), Karapotós (AL), Kariris-Xocós (AL) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST/SC) 

ORGANIZAÇÃO

Iván Prado (Lugo/Espanha), diretor do Festiclown, Magiclown (Ibiza) e Firaclown (Barcelona). É porta-voz dos Pallasos en Rebeldía e co-fundador do “Artist Against The Wall”, com Leo Bassi e Patch Adams. Participou de várias caravanas dos Pallasos en Rebeldía em Chiapas, Sahara, Líbano, Brasil, Sérvia, Palestina, entre outras; trabalhando, a partir do universo do palhaço, com profissionais de saúde, com mulheres e adolescentes agredidos, com povos desprovidos de seus direitos e terras. Apresentou-se e ministrou cursos em vários países e em toda a Espanha, o que lhe permitiu desenvolver a sua própria metodologia. Entre outros, ele organizou e conduziu o Primeiro Festival de Clown no mundo árabe, o Festiclown Palestina 2011, 2014 e 2015, 2017 e 2018, o Primeiro Fórum Internacional de Circo Social (Rivas Vaciamadrid/Espanha, 2013) e o Festiclown Favela (Rio de Janeiro/Brasil, 2014). 

COLABORADORES 

(A)GENTES DO RISO

Coletivo artístico que leva a Palhaçaria para atuação em comunidades hospitalares, humanizando os ambientes e suas relações por meio do riso, da alegria, da musicalidade e da poesia. Uma rede de artistas colaboradores concebida e abraçada pela Traço Cia. de Teatro desde o ano de 2011. 

CIRCO NO ATO

Coletivo de artistas criado durante o curso de formação da Escola de Circo Social do Crescer e Viver, a partir do processo de criação do espetáculo “Um dia de João”, pelo reconhecimento de uma afinidade artística conquistada no trabalho. O Circo no Ato, em seu curto tempo de existência, ambiciona incidir sobre a cena circense carioca, abraçando todas as possibilidades de atuação e até mesmo inventando seus próprios espaços de ação. 

MARACATU ARRASTA ILHA

O grupo atua desde 2002 em Florianópolis e tem por objetivo difundir a cultura do Maracatu de Baque Virado (brincadeira popular urbana de forte cunho religioso, uma manifestação de origem africana inserida no ciclo carnavalesco), além de outras manifestações populares como o boi de mamão, afoxé e coco de roda. Desenvolve trabalhos em comunidades com crianças e jovens em situação de risco social, realiza intercâmbios com os mestres e integrantes das nações de maracatu de Pernambuco e ministra, anualmente, oficinas para iniciantes.

TRAÇO CIA. DE TEATRO

Companhia teatral criada em agosto de 2001, em Florianópolis/SC, pelo sonho de construir espaços de liberdade e arte. O teatro de rua, a palhaçaria e a intimidade com o espectador levaram seus integrantes a desenvolver uma linguagem própria, pautada no encontro, na busca de uma relação livre, direta e potencialmente transformadora com o outro nos mais surpreendentes territórios. Desde 2013 é parceira dos Pallasos en Rebeldía. Trabalha para incendiar em arte, acalmando a brasa do mundo.

TXARANGO

Nascidos no Raval, o bairro mais multicultural de Barcelona, esta banda colocou de cabeça para baixo o panorama musical Catalão. Sua fusão musical, seu frescor e seu caráter festivo alcançaram sucesso de crítica e público. Já no ano de início, 2011, realizou 50 shows e, um ano depois, seu primeiro álbum atingiu o número de 60.000 downloads em seis meses. No ano de 2013, executou mais de 80 performances em 8 meses, fechando o ano com apresentações nos países escandinavos. Parceiros dos Pallasos en Rebeldía, já atuaram juntos em diferentes caravanas pelo mundo.

MAIS INFORMAÇÕES

Página virtual: pallasosenrebeldia.org

Página em rede social: facebook.com/pallasosenrebedia

Registros em fotos: flickr.com/photos/117321102@N02/

Registros em vídeo – Festiclown pela Terra 2016:

Mato Grosso do Sul – https://vimeo.com/187636594

Santa Catarina – https://youtu.be/ustIFFl3nHw

Rio Grande do Sul – https://vimeo.com/178229757

Alagoas – https://vimeo.com/174330835

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