“Se não renunciarmos, vão nos queimar vivos”, diz deputada boliviana

Políticos de esquerda estão sendo perseguidos e reprimidos pelos fascistas após o golpe militar na Bolívia.

Foto: Reprodução/Telesur

A deputada Claribel Sandoval, parlamentar do Movimento ao Socialismo (MAS), partidária de Evo Morales, denunciou na tarde desta quinta-feira (14) que a extrema-direita está ameaçando os membros de seu partido na Assembleia Legislativa da província de Vaca Diez, no departamento de Beni, que, se eles não renunciarem a seus mandatos, serão queimados vivos.

“Nos dizem que, se não renunciarmos, vão nos queimar vivos”, declarou a parlamentar ao canal argentino C5N.

A repressão, tanto contra a população, como quanto contra os políticos aliados a Morales, tem sido intensamente brutal. Ontem, a presidenta legítima do Senado, Adriana Salvatierra, foi impedida de entrar na Assembleia Legislativa da Bolívia pela polícia e foi agredida.

No último dia 6, a prefeita de Vinto, no departamento de Cochabamba, Patricia Arce, foi atacada, agredida e humilhada pelos golpistas. Membro do MAS, ela foi sequestrada dentro do prédio da prefeitura, suja de tinta vermelha, teve seu cabelo cortado e obrigada a andar pela cidade dessa forma. Tal ação evidenciou o caráter fascista dos golpistas bolivianos, que também incendiaram a sede da prefeitura.

Quando Jeanine Añez, vice-presidenta do Senado, se autoproclamou presidenta da Bolívia de maneira ilegal, a extrema-direita havia impedido os parlamentares do MAS de participarem da sessão, porque, se participassem, haveria um rechaço à autonomeação, uma vez que o MAS tem dois terços da Assembleia, tanto na Câmara quanto no Senado.

Claribel também denunciou que há uma “caça às bruxas” contra os partidários do MAS, afirmando que eles têm que correr da polícia para que ela não os entregue para os golpistas.

Ela ainda denunciou as ameaças que têm sido feitas pela extrema-direita contra o governador do departamento de Beni, Alex Ferrier Abidar (MAS), por ele ser de esquerda e aliado aos povos indígenas.

Ao canal latino-americano Telesur, a militante do MAS também fez denúncias semelhantes. “Dezoito parlamentares e outros cerca de 20 funcionários estamos sendo vítimas de sequestros aqui na Assembleia Legislativa Departamental de Beni, nos estão ameaçando sem nenhum argumento, colocando em perigo nossas próprias vidas”, disse.

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