Samsung e Panasonic escravizam imigrantes na Malásia

As duas multinacionais fazem parte de uma rede que ameaça e explora trabalhadores imigrantes na Malásia. Os imigrantes trabalham várias horas de pé, não têm períodos de pausa e as idas à casa de banho são alvo de fortes restrições.

De acordo com uma notícia avançada esta segunda-feira pelo Guardian e divulgada pelo Expresso, estes imigrantes são obrigados a trabalhar até 14 horas por dia vivendo em condições de extrema miséria em dormitórios sem um mínimo de condições.

O jornal adianta que os passaportes destes imigrantes são-lhes retirados assim que chegam ao país o que os obriga a permaneceram nestas condições ao longo de meses ou anos sendo obrigados a pagar taxas elevadas de contratação e recebendo em troca remunerações substancialmente inferiores ao que ficou inicialmente estipulado.

Apesar das empresas em causa terem afirmado que “proíbem os seu fornecedores de confiscarem passaportes e de cobrarem taxas de contratação aos trabalhadores imigrantes”, cerca de 30 trabalhadores oriundos do Nepal descreveram as condições infra humanas em que são obrigados a trabalhar no fabrico e montagem de produtos para aquelas empresas.

Várias horas de pé e fortes restrições nas idas à casa de banho

Os relatos são impressionantes porquanto os imigrantes trabalham várias horas de pé, não têm períodos de pausa e as idas à casa de banho são alvo de fortes restrições.

“O trabalho é extremamente difícil”, disse um trabalhador que fabrica microondas para a Samsung, tendo acrescentado : “apenas temos 45 minutos num turno de 12 horas para comer, e sete minutos a cada duas horas para beber água”.

O jornal adianta que os trabalhadores que estão na montagem de produtos Panasonic em Johor Bahru, no sul da Malásia, recebem 155 euros por mês, ou seja, cerca de metade do que lhes tinha sido prometido.

“Nós sabemos que o que ganhamos está abaixo do salário mínimo, mas o que podemos fazer?”, questiona um deles citado pelo jornal.

“Sentimo-nos muito mal porque temos um grande empréstimo para pagar. Temos de trabalhar três anos só para o pagar”, explicou um imigrante ao Guardian.

O jornal britânico visitou um hostel situado numa área industrial de Johor, onde 14 desses trabalhadores imigrantes ficam amontoados num dormitório, dispondo de apenas uma casa de banho que estava avariada e de dois cubículos para duches, com acesso acesso direto à zona onde cozinham num único fogão

Foto: Leonardo Sakamoto / Repórter Brasil

Fonte: Esquerda.net

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