Rodízio de água em Curitiba não tem prazo para acabar, diz empresa de saneamento

Sanepar considera que a condição de chuvas melhorou, mas que rodízio de 36 horas continua

Represa Passaúna. Estiagem no Paraná pode perdurar até fevereiro de 2021 – Gilson Abreu/AEN

Por Manoel Ramires.

As chuvas da primavera ainda são insuficientes para reverter o modelo de 36 horas de rodízio de fornecimento de água, que vigora desde agosto em Curitiba (PR) e região metropolitana. O estado passa por um estiagem desde meados de 2019.

Os reservatórios estão com nível superior a 30% e a população conseguiu economizar 20% de água. No entanto, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) antecipa que o verão será um período chuvoso, porém, com volume abaixo da média necessária. A empresa já informou ao mercado que o estado deve sofrer os impactos do fenômeno La Niña, que resfria as temperaturas da superfície da águas no Oceano Pacífico e reduz a precipitação de chuvas no sul do Brasil.

“Há quatro níveis de rodízio. Caso as chuvas não ocorram, teríamos um rodízio mais duro de até 48 horas sem abastecimento e 24 horas com abastecimento. Isso está afastado até o fim de novembro. Há tendência de chuva até o fim do verão. Estamos preocupados com o outono, o inverno de 2021”, alertou aos investidores, Julio Cesar Gonchorosky, diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, durante divulgação dos resultados da empresa.

A empresa de saneamento, controlada pelo governo do estado (20%) e acionistas privados (80%), recebeu críticas por ter focado mais a sua atuação na geração de lucros do que em investimentos nos últimos anos. Segundo relatório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), se a empresa tivesse distribuído apenas 25% do Lucro Líquido Ajustado, teria economizado R$ 1,2 bilhão, o que equivale a um ano de investimentos.

A tarifa média praticamente triplicou em nove anos, crescimento de 182%, ou seja, ao final de 2019 a tarifa era 2,8 vezes mais cara do que era em 2010 (ganho real de 70%)”, compara o economista Fabiano Camargo.

Edição: Lia Bianchini e Rogério Jordão.

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