Retrospectiva: Muçulmanos nos delírios terroristas do ditocrata Macri

Foto: Twitter#AOutraReflexão
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Esportistas estrangeirxs: vocês podem ser deportadxs da Argentina de Macri

Por Débora Mabaires, para Desacato.info.

Tradução: Tali Feld Gleiser, para Desacato.info. (Port./Esp.)

À medida que afunda, o governo de Mauricio Macri mais mostra sua marca desastrada, reacionária servil.

Nos últimos días, sua inefável ministra da Segurança Pública, Patricia Bullrich, protagonizou vários eventos nefastos que mostram a pior cara deste governo: a invenção de causas judiciais para justificar a repressão ou os operativos da imprensa e seu alinhamento com aspolíticas dos Estados Unidos.

Segundo parece, à primeira vista, ela confundiu dois artistas chilenos com terroristas, deportou a equipe de futsal do Paquistão e demorou num aeroporto uma colombiana bicampeã olímpica de BMX.

No domingo, o diretor criativo de “Feito em Casa Fest”, o cidadão chileno José Zegers e suaesposa, a arquiteta María Gabriela Medrano, foram presos na cidade de Buenos Aires por membros da Unidade Antiterrorismo da Direção de Investigações da Polícia de Córdoba.

acusação com que se mandou prendê-los dizia que tinham deixado uma bomba caseira num hotel da província de Córdoba.

A caixa que tinham esquecido no hotel era, na verdade, um aparelho que se usava para difundir a Declaração dos Direitos Humanos em linguagem inclusiva e foi parte de uma intervenção artística no Congresso das Mãs Línguas no marco do Congresso da Língua Espanhola organizado pela Universidade de Córdoba e no qual participaram o presidente Macri e o rei da Espanha, Felipe VI de Borbón.

No meio deste governo, é lógico que considerassem terrorista a Declaração dos DireitosHumanos.

Na terça-feiraexibindo seu alinhamento com as políticas estadunidenses e israelensesem que qualquer cidadão ou cidadã proveniente de um país muçulmano é tratado como terrorista, deportaram a equipe de Futsal do PaquistãoA Confederação Argentina de Futsal, que organiza o Mundial Misiones 2019, disse: “Sete dos integrantes da equipe foram retidos em Dubái e o restante foi deportado ao chegar ao Ezeiza devido a que o Ministério das Relações Exteriores lhes negou o visto dando como única razão que é um assunto de Segurança Nacional”.

Para o governo de Macri, uma equipe de futebol, mesmo que seja de salão, pode virar uma ameaça, sobre tudo se não se beneficia com o dinheiro da comissão pelos passes dos jogadores, igual como fazia com os jogadores do Boca Juniors.

No dia seguinte, foi retida no aeroporto de Mendoza a seleção colombiana de BMX, o que motivou enérgicos protestos nas redes sociais. Miguel Pajón, representante da bicampeãolímpica Mariana Pajón, escreveu pro presidente Macri no Twitter: “Senhores @CancilleriaARG @mauriciomacri. O único que fazem os bicicrossistas colombianos no seupaís é representar a #COLÔMBIA. O único risco que eles correm é que levem embora mais medalhas! Muito triste o tratamoento e as boas-vindas que hoje deram para eles! #Respeito a nossos ídolos!”

Mauricio Macri, talvez, interpretou que os ciclistas do BMX poderiam ofuscar seus economistas especialistas em “bicicleta financeira” (especulação) e não quer concorrência.

Desde sua chegada, o governo de Mauricio Macri instalou uma política de repressãocontra os estrangeiros, mas na sua retirada, está sendo mais veemente e mais perigosoqualquier um pode ser acusado falsamente de ser terrorista, igual do que como fizeramdurante a organização do G-20 em novembro do ano passado, quando prenderam dos jovens argentinos de ascendência libanesa. Nessa oportunidade foram acusados de pertencerem a uma célula terrorista de Hezbollah por uma denúncia realizada por uma ONG, DAIA (Delegação de Associações Israelitas Argentinas, N. da T: de ideologia sionista e pró governo), que segundo informaram, tinham feito com dados entregues pelo serviço secreto israelense Mossad.

Os argentinos Axel Kevin Salomón, depois de passar quase um mês detidos na cadeia, foram luego de pasar casi un mes detenidos en la cárcel, foram declarados inocentes de todos os cargos. Mas isso não lhes devolveu o emprego, nem suas contas bancárias, que perderam por estas graves e falsas acusações.

Abertamente ao serviço de agências de inteligência estrangeiras, o governo argentino viola todas as normas processuais, assim como a jurisprudência internacional e nacional, e se embarca em conflitos diplomáticos só para demonstrar que obedecem aqueles que os fizeram chegar à Casa Rosada.

Na sua patética retirada mostra a sua pior cara: a do ditocrata internacional.


Débora Mabaires é cronista e mora em Buenos Aires.

A opinião do autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

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