Resistente, o carnaval chega em 2020 inspirado nos desfiles críticos dos anos 1980

O sociólogo Tiaraju Pablo narra a história da festa mais popular do mundo e explica a origem das escolas de samba

Por Igor Carvalho

“O samba sempre cumpriu um papel de contestação e organização”, explcia Tiaraju. – Foto: José Eduardo Bernardes

Nesta sexta-feira (21), teve início mais um final de semana de desfile das escolas de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro. Perdendo patrocínios e espaço para os blocos de rua, as agremiações ficaram mais livres para contestar e os desfiles dos últimos anos lembram o engajamento visto nos sambódromos nos anos 1980, explica o sociólogo Tiaraju Pablo, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e fundador do Centro de Estudos Periféricos.

“As escolas de samba não tem mais amarras que as prendem. Na falta de financiamento, fala o que estão afim de falar. Quem está financiando um carnaval da Mangueira que fala “História para ninar gente grande”, nenhuma empresa banca. A escola fala isso porque ela quer dizer isso e com seus escassos recursos. Essa geração nova de carnavalescos vão dizer que não pegaram a bonança dos anos 1990 e 2000, mas é bom”, afirma Tiaraju.

O sociólogo recorda que “o samba sempre cumpriu um papel de contestação e organização”, mas que o encontro com o carnaval só se deu “muitos anos depois”. “O samba e o carnaval não tem a mesma origem, carnaval já tinha há dois mil anos. Diversos povos no mundo se expressavam com algo parecido com o que chamamos de carnaval, na Itália renascentista, na Europa da Idade Média, em África. Agora, no Brasil se dá um encontro interessante, que é uma forma de festar chamada carnaval, com uma cultura chamada samba, de origem africana, e essas duas coisas se colam”, encerra.

Confira a entrevista com Tiaraju Pablo na íntegra.

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